Em geral "escriba" é aquele que sabe ler e sabe escrever. Soa estranho isso, mas não há 2 mil anos atrás. De fato, não eram tantas as pessoas que tinham essas capacidades. Tinham em mãos o poder de transmitir a cultura, de ter acesso às informações e repassá-las.

Nos nos evangelhos escutamos sempre "escribas e fariseus". Não significa que todo escriba era fariseu ou vice-versa. O que lhes unia era o fato que interpretavam a Lei, as Sagradas Escrituras. E Jesus queria que ela fosse interpretada corretamente, sem interesse próprio, imparcialmente.

Já bem antes de Cristo nasceram os escritas. Esdras, por exemplo, o era (Esdras 7,6.11.21). Neemias 8,1-8 diz que ele também ensinava a Lei para o povo de Israel. 

Já nesse período da volta do Exílio em Babilônia podemos ver que quem sabia ler e escrever assumia também o papel de intérprete da Palavra de Deus.

Hoje em dia, sabendo ler e escrever, somos todos "escribas". Precisamos ver se não merecemos também nós algum puxão de orelhas de Cristo. Pois quando diz "ai de vós, escribas e fariseus" diz também para nós.

Dá quase medo escutar Jesus amadiçoando essa gente, em Mateus 23. Mas podemos estar tranquilos se somos autênticos. De fato, o que têm em comum escritas e fariseus é o fato que são "hipócritas". Jesus se indigna contra toda pessoa que usa a religião para fins próprios, que com práticas exteriores esconde pecados e prega a falsa justiça, que no fundo é um legalismo opressivo. Essas pessoas são como sepulcros bem pintados, mas que dentro têm ossos.