A Bíblia foi escrita há muito tempo e as lei morais daquela época eram bem mais rígidas do que hoje e os costumes também seguiam uma tradição bem mais ortodoxa e os casos de relações extra-conjugais eram bem raros ou, ao menos, não apareciam. Mesmo na nossa sociedade moderna, casos de traição até pouco tempo atrás eram bastante raros e eram julgados de maneira diferente de como acontece hoje.
"Relacionamentos abusivos" são, sem dúvida, um dano para a sociedade, pois ropem as relações e provocam mal estar. O ideal, já sem colocar a religião no meio, é viver bem, em harmonia. A religião é ainda mais conservadora e tende a justificar as instituições, principalmente aquela familiar. Por isso, não é pensável que você encontre um apoio religioso à "relacionamentos abusivos". Essa é uma dedução natural.
Se do ponto de vista religioso não é possível justificar relações "abusivos", do ponto de vista humano, às vezes, é possível entendê-las. Cada caso precisa ser considerado na sua particularidade e não é necessário fazer vítimas por causa de ações isoladas. A ação em si, do meu ponto de vista, precisa ser condenada, mas prestemos atenção quando se trata de julgara as pessoas.
Um exemplo bíblico
Como acenado acima, a Bíblia não fala muito dessa casuística por que não era uma ação comum quanto é hoje. De qualquer modo, ela condena de maneira bastante forte, tanto na Lei (veja por exemplo Levítico 18), quanto no Evangelho. Um exemplo que poderiamos tomar é a denúncia feita por João Batista contra o rei Herodes, que havia tomado para si a mulher do seu irmão Felipe: "não te é permitido tê-la por mulher" (Mateus 14,4). Essa denúncia custou a vida a João Batista.