Nós que acreditamos na vida eterna somos acompanhados por perguntas como esta: vou ficar com minha esposa? A nossa família vai ficar junto quando todos morrermos? Como vai ser com aquela pessoa de quem não gosto? Vou ter fome? Vai ser pura felicidade? Vou ter uma cama para domir? Essas perguntas nascem por que definimos a nossa situação depois da morte come "vida" e para nós vida é aquilo que vivemos atualmente. Por isso é natural projetar as coisas que acontecem conosco aqui e agora com aquilo que iremos experimentar depois.
São todas perguntas que não têm respostas prontas na Bíblia. Quem não tem fé coloca facilmente em questão essa esperança que nós temos e, muitas vezes, não é fácil arrumar argumentos para defender a nossa fé. De alguma maneira poderíamos definir a fé como o amor: "é cega". Tente pensar nessa imagem: uma criança pode pular, sem titubear, de uma altura, sabendo que o pai está embaixo, esperando para agarrá-lo. É certo que a criança não saberá explicar por que pula, sem medo; é uma certeza que ela tem dentro, uma confiança "cega" no pai. Nós também temos essa confiança em Deus, que disse, nas suas palavras de 'adeus' a seus discípulos:
Existem muitas moradas na casa de meu Pai. Se não fosse assim, eu lhes teria dito, porque vou preparar um lugar para vocês. E quando eu for e lhes tiver preparado um lugar, voltarei e levarei vocês comigo, para que onde eu estiver, estejam vocês também. (João 14,2-3).
É inútil pensar em dar uma resposta exata para você. Particularmente penso que a Vida Eterna não deve ser algo que nos aflige, que nos faça pensar, que nos deixe inquietos, mas somente - e não é pouco - nos dê esperança. Acredito que a nossa meta deva ser viver conforme os ensinamentos de Deus aqui e agora e deixar que Ele cuide do nosso futuro, pois sendo Pai saberá o que fazer conosco: podemos pular sem medo!
Ao mesmo tempo, não se pense que não seja correto fazer essas perguntas. É natural que quem tem fé busque entender as coisas de Deus, procure fazer "teologia", isto é, falar das coisas de Deus.