Pensamos no fim do mundo como a destruição da terra, uma catástrofe que vai chegar e acabar com tudo o que nos rodeia. Muitos acreditam nisso e em momentos importantes do calendário aparecem profetas que predizem a chegada desse evento. Muitos também que seja a Bíblia a falar disso, citando principalmente a teologia do Juízo final do Senhor, do Dia do Senhor e fundando as próprias convicções em passagens como as que se encontram em textos apocalípticos, como o último livro da Bíblia.
Esse tipo de “fim do mundo” não é mencionado na Bíblia. Mas é verdade que a Bíblia fala dos “últimos dias”, todavia a sua compreensão é completamente diferente daquela que pensamos.
Para entender o que ela entende por “fim do mundo”, tomamos o início da carta aos Hebreus:
"Muitas vezes e de diversos modos outrora falou Deus aos nossos pais pelos profetas. 2.Nos últimos dias nos falou por seu Filho, que constituiu herdeiro universal, pelo qual criou todas as coisas."
É muito importante prestar atenção na expressão “últimos dias”. Ela revela o significado de “final dos tempos” para a Bíblia. De fato, com esse termo, os escritores inspirados quiseram indicar o dia em que o Plano de Deus se realiza, o dia em que se instaura o Reino do Céu. Para a Bíblia, isso acontece com a vinda do Senhor, que já veio em Jesus Cristo. Vem também uma segunda vez, quando acontecerá o juízo final. Trata-se sempre de uma vinda do Senhor. É provável que a sua segunda vinda aconteça de maneira diferente para cada um; é um Mistério e não podemos entender muito bem. Como é uma vinda de Deus, não a podemos entender como algo terrível, mas como uma bênção, como uma graça para quem a vive, pois pode ser a ocasião propícia para a instauração do Reino de Deus, que se concretiza à medida que nós, individualmente e como comunidade, abraçamos a vontade do Senhor.
O cristão não pode pensar e acreditar no fim do mundo como um evento catastrófico. Isso não é bíblico e não é a mensagem parassada pelos textos da Bíblia. As situações difíceis da vida revelam somente a falta da realização do plano de Deus e não a sua instauração. Aonde há dificuldades e predomínio do mal, ali existe a necessidade de levar a vontade de Deus e aquele momento não coincide com o plano divino de “final dos tempos”, que é uma meta a ser alcançada e não um fracasso.