É um texto único de Lucas, não aparecendo nos outros evangelhos, e conta a ajuda entre as duas primas, Isabel, mãe de João Batista, e Maria, mãe de Jesus. Maria sai da Galileia, onde morava, e vai até à Judeia, provavelmente até Ain Karem, assistir à sua prima que estava para dar à luz a João Batista, o precursor de Cristo.
O cerne do encontro entre as primas é o Cântico de Maria, conhecido como Magnificat. Nele, a mãe do Salvador destaca dois temas grandes: os pobres e pequenos que são socorridos por Deus e Israel, objeto da graça de Deus, desde a promessa feita à Abraão. Esse cântico inspira-se principalmente no cântico de Ana, como aparece em 1Samuel 2,1-10.
Cada palavra dessa narração pode ser interpretada. Especialmente "apressadamente". Ela denota a disposição, sem exitação, ao serviço, a sair do próprio mundo e ajudar quem está em necessidade.
Em grego, se usa a palavra σπουδή (spoudé), que aparece 12 vezes no Novo Testamento. Faço essa observação, porque Paulo, falando da caridade na comunidade, em Romanos 12, usa duas vezes esse vocábulo, nos versículos 8 e 11, que normalmente são traduzidos com o termo "diligência".