O nome de Deus sempre levantou muito interesse aqui no site, quem sabe por que há algumas confissões cristãs que o vêem com muito importância e até incluem esse tema na própria identidade. De fato é uma questão muito eloquente na Bíblia, principalmente no Antigo Testamento, importância que se reflete ainda hoje no contexto dos judeus. Nós não entendemos muito bem o tema porque estamos longe daquele contexto e, às vezes, não fazemos tanto esforço para compreendê-lo e, o que é mais grave, muitas vezes se interpreta mal.
O tema já foi aqui muito bem abordado em um artigo profundo publicado há algum tempo. Sublinho apenas que YHWH é o Deus de Israel, como aparece muitas vezes no texto do Antigo Testamento. Esse é o que está escrito. Invés, outro tema é a pronúncia. Quando os judeus viam escrito essas 4 letras, nunca diziam Javé, Jeová ou outro nome parecido, mas simplesmente ADONAI, isto é, SENHOR.
Isso fica bastante evidente se lemos com atenção o Novo Testamento, onde nunca aparece o Tetragrama, Javé ou Jeová, mas apenas “Senhor”, que em grego é κύριος.
É por isso que hoje em dia existe um forte movimento, em algumas igrejas que buscam recuperar a teologia do nome divino conforme a concepção do Povo de Deus, que prefere usar SENHOR nas passagens em que a Bíblia Hebraica traz o tetragrama YWHW.
ADONAI, etimologicamente, é uma pluralização de Adoni, que significa “meu senhor”, uma expressão usada para personagens históricos. Ao invés, colocar a palavra no plural (ADONAI = Meus Senhores) é um procedimento típico que visa reservar tal vocábulo para a divindade.
Baal
Literalmente tem o significado de “Senhor”. Na Bíblia esse é o nome de um deus fenício, especialmente de Tiro, que a partir de algum momento foi introduzido em Israel, especialmente na Samaria (veja Juízes 6,25-32 e 2Reis 10,18.28).
Jeremias 19 condena até mesmo os habitantes de Jerusalém, que sacrificam seus filhos a Baal.
Podemos concluir dizendo que não há nenhuma ligação entre ADONAI e Baal na Bíblia Hebraica, no Antigo Testamento.