Essa frase de Jesus é um quebra-cabeças para muitos leitores da Bíblia. A certeza que se tem é que se trata de uma hipérbole usada por Jesus para trasnmitir uma mensagem: é preciso ser desapegado dos próprios bens para abraçar o Reino de Deus.
É claro que somos acostumados a ouvir da boca de Jesus, nas páginas dos Evangelhos, figuras de linguagem apoiadas na realidade em que vivia. Em base a essa consideração, a interpretação clássica vê na expressão "fundo da agulha" não uma imagem literal, mas um sinônimo para algumas pequenas portas que existiam nas cidades fortificadas daquele tempo, por onde o camelo, animal presente naquele ambiente, não podia passar, pois deveria se abaixar e caminhar, coisa impossível para ele.
Eu particularmente gosto de outra explicação, cuja detalhes postei já há algum tempo atrás. Trata-se da palavra "camelo". Na hipótese levantada por alguns exegetas, na verdade a imagem usada por Cristo não era a de um camelo, mas de uma corda que os pescadores usavam nas suas barcas. Essas cordas eram grossas e não podiam passar no fundo da agulha usada pelos pescadores para tecer suas redes de pesca.
Jesus falava em aramaico e nessa língua:
- Camelo = gamai
- corda das barcas = gamia
Quando os evangelistas colocaram por escrito, em grego, as palavras de Jesus, 50 anos depois da sua morte, trocaram as duas palavras e "corda" se tornou "camelo".
É uma hipótese, mas ganha força graças ao contexto no qual Jesus falou, que é aquele dos pescadores.