Tivemos oportunidade, há bastante tempo atrás, de mencionar o que a tradição diz sobre a morte de cada um dos apóstolos. A Bíblia não nos dá muitas informações sobre os últimos dias dos apóstolos, exceto para Tiago, cuja morte é mencionada em Atos 12: foi martiriziado graças à perseguição de Herodes Antipas. Em relação à Pedro, a passagem de João 21,18 sugere a sua morte através da crucificação, mas não é uma menção direta. Também sabemos que Judas, aquele que traiu Jesus, se suicidou. Todos os outros apóstolos parecem também ter sofrido o martírio, mas as informações não podem ser confirmadas.
É claro que o fato de ser discípulos de Cristo não implica a morte cruel. Essa realidade inerente aos apóstolos tem duas razões. A primeira de todas é a hostilidade que existia então a uma nova doutrina devida à falta de abertura ao diferente, àquele que não pensava como a maioria. É verdade que ainda hoje essa realidade é presente em tantos ambientes e nem mesmo por isso todos os cristãos são assassinados. Isso por que nem todos têm o fervor dos primeiros cristãos, que abraçaram a fé até as últimas consequências. Na verdade hoje somos cristãos mornos, a maioria de nós. Diante de um perigo somos poucos aqueles que colocaremos a nossa fé em primeiro lugar; os apóstolos, ao invés, o faziam. Por isso, a segunda razão da morte trágica dos apóstolos é a sua radical adesão à fé em Cristo.
Ainda hoje muitos cristãos morrem por causa da fé. Estima-se que mais de 200 milhões de cristãos correm risco por causa da própria fé (Open Doors Usa). Não é fácil ser cristão em alguns lugares. Entre os 10 países mais hostis ao cristianismo estao Coreia do Norte, Iraque, Eritréia, Afeganistão, Síria, Paquistão, Somália, Sudão, Irã e Líbia. Depois vem Iêmen, Nigéria, Maldivas, Arábia Saudita, Uzbequistão, Quênia, Índia, Etiópia, Turcomenistão, Vietnã e Catar.
A organização batista da Suíça "portes ouvertes" diz que no ano passado, 2017, houveram ataques a 1330 igrejas e foram assassinados 3066 cristãos por causa da fé.