Jeremias 4 está intimamente ligado àquilo que aconteceu em 587, quando Jerusalém foi destruído pelos caldeus e o povo exiliado na Babilônia. O Templo e a Arca foram destruídos e resta somente a restauração messiânica, que supões a conversão do povo, da qual fala o profeta Jeremias a partir do capitulo 3. O poema completo se encontra nesses versículos: 1,1-5 e continua em 3,19-4,4.

Para entender melhor quanto dito por Jeremias, precisamos entender bem o contexto em que o profeta fala.

Jeremias é um sacerdote de jerusalém. Conhecemos bem esse profeta, por que há muitos elementos biográficos no seu livro. Foi chamado muito jovem por Deus (1,2). Ele viveu o tempo bom de Josias, mas em seguida, presenciou a invasão da Palestina por Nabucodonosor, as tentativas de alianças internacionais e por fim o exílio. De ânimo terno, foi mandado por Deus para "arrancar e destruir, para exterminar e demolir" (1,10), pra anunciar sobretudo a desgraça (20,8).

Jeremias atravessou essa dramática história pregando, ameaçando, anunciando a ruína e advertindo em vão os reis incapazes que se sucediam no trono de Davi. Embora visse nos exilados a esperança do futuro, preferiu permancecer na Palestina. No final teve que fugir para o Egito, morrendo, provavelmente lá.

 

Religião interior - a conversão

O que torna Jeremias tão próximo é religião interior que ele praticou, formulando-a no anúncio da Nova Aliança. Jesus sonda os rins e os corações (11,20), retribui a cada um segundo seus atos (31,29-30).

O capítulo 4 é uma síntese do seu pensamento que sublinha que a amizade com Deus se rompe pelo pecado, que provém do coração mau. Daí vem o convite à conversão: "se afastares teus horrores de minha presença e não vagares mais..."

Ao colocar em primeiro plano os valores espirituais, ao manifestar o relacionamento íntimo que a alma deve ter com Deus, Jeremias preparou a Nova Aliança cristã.