Esse fato é conhecido como a Transfiguração do Senhor, contado pelos Evangelhos Sinóticos (Mt 17, 1-9; Marcos 9,2-8; Lucas 9,28-36). Jesus sobe uma montanha, que a tradição identifica com o Monte Tabor, levando consigo Pedro, Tiago e João, "e ali foi transfigurado diante deles". "E eis que lhes apareceram Moisés e Elias conversando com ele". Depois que Pedro pede a Jesus para ficarem ali, aparece uma nuvem luminosa que os cobre e diz: "Este é o meu Filho amado, em quem me comprazo, ouvi-o".
O cerne desse evento é a frase apenas mencionada. Trata-se de uma revelação da divindade de Jesus. Ele não era um homem, mas o Filho de Deus! Esse é o escopo dessa história. A importância dessa frase é sinalizada da "nuvem luminosa", que é uma das características típicas da teofania, da manifestação de Deus.
Para dar importância a essa revelação, aparecem dois personagens de suma importância para o povo de Israel, que são Moisés e Elias. Moisés é o instrumento através do qual Deus primeiro liberta o povo eleito da escravidão e depois dá a Lei, que é o sinal da presença divina na vida do povo. Elias é o profeta que liberta o povo dos ídolos, que mostra a estrada para o verdadeiro Deus. Eles agora estão testemunhando que Jesus é o verdadeiro Deus, aquele que faz uma nova aliança com a humanidade.
Não devemos nos preocupar com o fato que eles teriam vivido cerca de 2 mil anos antes de Cristo. Não é um problema, pois os caminhos do Senhor são misteriosos. Mas a preocupação com essa questão material não é importante nesse momento. Basta entender a importância que esses dois personagens tem na tradição judaica e ver que eles estão dizendo que o cerne da revelação divina é Jesus.