É provável que a expressão "governo" não exprima bem aquilo que inaugura João Batista, dito o precursor do Senhor. Poderíamos, ao invés, dizer que o Batista é aquele que vem antes do Senhor, assumindo as vestes do novo Elias, cujo retorno era esperado antes da vinda do Senhor (veja Malaquias 3,23). Portanto, poderíamos dizer que a vinda do Batista abre o tempo messiânico; ele é o último dos profetas do Antigo Testamento e o primeiro a anunciar Jesus como o Messias esperado pelo povo escolhido por Deus. É por isso que merece a consideração de ser o maior entre todos os nascidos de mulher (Mt 11,11).

 

O Reino de Deus

Deus, através do seu filho Jesus Cristo, inaugura o reino de Deus. Não se trata de um governo em sentido literal. É um modo de viver aqui na terra, mas também uma esperança para a vida eterna.

Nos evangelhos, Jesus diz que o seu reino não é deste mundo (João 18,36), mas também diz que o Reino de Deus já está com aqueles com quem ele falava (Lucas 17,21).

O Reino de Deus, inaugurado com Cristo e presente em nossos coraçãos, quando assumimos os princípios ensinados por Jesus, que nos distinguem do mundo contrário ao plano divino. O Reino de Deus significa a efusão da graça que faz com que transformemos o mundo em que vivemos em uma realidade digna da vontade de Deus, esperando que essa realidade se torne definitiva quando o Senhor, no fim dos tempos, virá na sua glória:

Quando o Filho do Homem vier na sua glória, acompanhado de todos os anjos, então se assentará em seu trono glorioso. (... ) Então o Rei dirá aos que estiverem à sua direita: ‘Venham vocês, que são abençoados por meu Pai. Recebam como herança o Reino que meu Pai lhes preparou desde a criação do mundo (Mateus 25,31.34).