O Yom Kippùr (dia do perdão) é o dia destinado para expiar os pecados que se cometem durante o ano em relação a Deus e aos próximos. Cai sempre no dia 10 do mês Tishri, que nesse ano (2018) coincide com o dia 19 de setembro (como todas as festas hebraicas, começa com o pôr do sol do dia anterior e termina com o pôr do sol do dia 19). Em 2019 será dia 9 de outubro e em 2020, 28 de setembro.
Rambam (Maimonides) escreve:
"É o dia de arrependimento para todos, para o indivíduo e para a comunidade; é o tempo do perdão para Israel. Por isso todos são obrigados a se arrepender e a confessar os erros em Yom Kipur."
Essa data recorda o dia em que Moisés desceu do Monte Sinai, depois de ter passado 40 dias diante de Deus e ter recebido a Torá. Voltando, como conta Êxodo 32, encontra o povo pecando de idolatria. Deus aceitou a penitência (teshuvá) do povo e permitiu que Moisés apresentasse ao povo a Lei.
Os detalhes da festa são descritos em Levíticos 16.
Yom Kippur, é, portanto, para os judeus o dia em que Deus aceita o arrependimento do povo. Leia outros detalhes sobre essas festa nesse link.
Os cristãos e as festas hebraicas
Uma frase dita por João Paulo II é emblemática para definir nossa relação com os judeus: "Vocês são os nosso irmãos amados e, de certa forma, pode-se dizer, os nossos irmãos maiores". Essa visão sepulta definitivamente a imagem que até algumas décadas atrás imperava entre os cristãos, quando se costumava definir esses nossos ‘irmãos mais velhos’ de “pérfidos judeus”.
Esse reconhecimento do valor do povo judeu, eleito por Deus para fazer chegar a todo o mundo a sua revelação, não significa uma identidade em todos os sentidos. São duas religiões que tem raízes comuns, mas não são iguais. Dar valor a uma realidade significa também reconhecer a diferença.
A festa do Yom Kippur não foi recebida pela tradição cristã e por isso não precisa ser celebrada pelos cristãos. A teologia do perdão, ao invés, faz parte também da nossa tradição. De fato, acreditamos em Deus misericordioso, que aceita a conversão, ou melhor, a almeja, pois sabe que o nosso coração só estará em paz quando nEle repousarmos.