Olá Luiz Carlos Pereira de Nova Odessa - SP!
De fato no evangelho de João encontramos duas passagens em que Jesus chama a sua Mãe de mulher. Em João 2,4 e João 19,26.
Não podemos interpretar o texto literalmente, pois se assim o fizermos, não chegaremos a uma verdadeira compreensão. Poderíamos até considerar que Jesus estria desrespeitando sua Mãe chamando-a de Mulher.
Mas para bem interpretar está passagem bíblica, acontecida nas Bodas de Caná, da Galiléia, vejamos como ela se apresenta: em João 2, 4:
Responde-lhe Jesus: “Que temos nós com isso, mulher? Minha hora ainda não chegou.” (João 2,4) Bíblia de Jerusalém.
O evangelista João quer recuperar a imagem de Eva que aparece no livro do Gênesis 3,15.20, e apresenta agora Maria, a mãe de Jesus como a Nova Eva, a mãe de todos os viventes. Maria recupera a figura de Eva nas origens.
Seguindo a compreensão de João 2,4, que indica Maria como a Mãe de todos os viventes em João 19,26, aparece novamente a fala de Jesus chamando a sua mãe de mulher, a grande maioria dos exegetas, interpretam está passagem afirmando, que a intenção do evangelista João escrevendo seu evangelho no ano 95, portanto 60 anos depois apresentando a comunidade o que ele já experimentara, com respeito a Maria que estava a seus cuidados depois da morte de Jesus. Para João Maria era sua Mãe espiritual, ele estava cuidando dela.
Para João as palavras de Jesus já moribundo na cruz se dirigindo a ele e sua Mãe, passam a ser um mistério. Este mistério que aqui se apresenta designa a maternidade espiritual e universal de Maria para todos aqueles que creem em seu filho Jesus.
Para o exegeta interessa de modo pleno o que o evangelista escreveu 60 anos depois do fato acontecido. O exegeta descobre nas palavras do evangelista a sua verdadeira intenção.
Concluindo:Maria para o Evangelista João é a Mãe de Jesus, mas é também a mãe espiritual de toda a humanidade é a Nova Eva. Por este motivo que no evangelho de João, aparece Jesus designando sua Mãe de mulher.
Consulta:
LEAL, Juan e outros,La Sagrada Escritura, Evangelhos I, BAC Madrid 1964, pág. 831