Marise, normalmente se fala de 5 livros atribuídos a Moisés: Gênesis, Êxodo, Levítico, Números e Deuteronômio. Há tradições que falam de "10 livros de Moisés", mas tem a ver com o mundo esotérico, que exploram a inocência e o sentimento religioso das pessoas e nenhuma relação têm com a Bíblia.
Sobre os 5 livros bíblicos citados acima, como já explicamos, é certo que não foi Moisés que os escreveu, embora no passado fossem atribuídos a ele. A atribuição a Moisés da autoria desses livros provavelmente se deu por causa do teor, a Lei (Torah). Moisés recebeu a Lei (Torah) de Deus sobre o Monte Sinai e esses 5 primeiros livros contém também a Lei de Deus, junto com a história dos patriarcas.
São poucos os livros bíblicos dos quais sabemos os autores. Embora muitos livros têm a indicação de um presunto autor, essa informação não é certa historicamente falando. Por exemplo, o Livro da Sabedoria é atribuído à Salomão, mas se sabe muito bem que ele foi escrito há quase mil anos depois da morte do terceiro rei de Israel.
Na antiguidade, para dar importância a uma obra se usava o nome de uma pessoa importante. Isso vale principalmente para os livros do Antigo Testamento, mas talvez também para alguns do Novo Testamento. Além disso, no passado não existia a preocupação de aparecer na capa de um livro com o seu próprio nome; é algo muito moderno.
Não é fácil de estabelecer quem é o autor de um livro (veja esse artigo). Os livros do Antigo Testamento não foram escritos de uma hora para outra, com um autor que setou numa escrivaninha e contou a história do início até o fim. Normalmente eram histórias que eram contadas de pai para filho, oralmente. Depois foram, aos poucos, colocadas por escrito. Finalmente um "redator" colocou essas diferentes histórias juntas, em uma única obra. Isso com certeza aconteceu com os primeiros 5 livros da Bíblia - e provavelmente também com outros.
Não podemos dizer que o "redator" foi o autor do livro, pois ele foi simplesmente alguém que deu um ajeitada no material que existia, independente dele. Mas ao mesmo tempo, ele deu à obra o rosto que vemos. Por isso é importante também o seu papel, pois foi ele que escolheu que material colocar e eventualmente deixou alguma coisa fora.