A sua pergunta me faz lembrar de um costume na nossa família, de pedir a bênção aos pais antes de ir dormir. Nós dizemos: “a bênção, mãe; a bênção, pai” E a resposta deles é: “Deus te abençoe, meu filho”. Também nas celebrações escutamos o padre dizer, nas conclusões: “abençoe-vos Deus todo poderoso…”.
Esses dois exemplos mostram que o sujeito que abençoa, no fundo, é Deus e, ao mesmo tempo, que há pessoas que podem transmitir ou invocar a bênção divina, neste caso, respectivamente, os pais e o presidente da celebração.
Não conheço um texto que diga "essa tal pessoa pode abençoar enquanto aquela não". Acredito que todo mundo pode ser um instrumento da bênção divina, pois todos somos filhos de Deus. A autoridade pode ser vista como um instrumento de Deus e através dela vem a graça divina. Mas veja também Hebreus 7,6-7, onde fica claro que não precisa ser um sacerdote para abençoar.
É importante ter certeza que a bênção vem sempre de Deus, da Santíssima Trinidade. Mesmo quando alguém diz "eu te abençoo", se acrescenta sempre "no nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo". Portanto, a bênção é dada sempre no nome de Deus e nunca naquele próprio.
Na Bíblia
A bênção é um elemento muito comum nas Escrituras. No Antigo Testamento se usa o termo berâkâh e no Novo eulogia (dizer bem, elogiar). Existem passagens na Bíblia onde vemos a bênção dada por pessoas: Melquisedeque abençoa Abraão (Gênesis 14,18.19), Josué abençoa Caleb (Josué 14,13). Isso aparece sobretudo no culto: “Aarão levantou as suas mãos em direção ao povo e o abençoou” (Levítico 9,22).
Também na Bíblia, como já dito acima, fica evidente que a bênção é sempre divina, mesmo se Deus usa pessoas para distribui-la. Em números 22 – 24 fica bem claro que Deus é quem dá a bênçao. De fato Deus impede a Balaão de bendizer quem ele queira, mas permite bendizer só a quem Ele decidiu (23,20). Outras passagens testemunham que é Deus quem dá a bênção: Gênesis 39,5; Levítico 25,21; Deuterônomio 11,15; 28,8; 33,1-7.13-23; Salmos 129,8; Provérbios 10,22,
Bênção apostólica
Muitas igrejas usam a bênção conhecida com esse nome porque escrita por Paulo, no final da segunda carta dirigida aos habitantes de Corinto:
Que a graça do Senhor Jesus Cristo, o amor de Deus e a comunhão do Espírito Santo estejam com todos vocês.
Essa frase sublinha quanto seja importante para o cristão ter o divino no próprio coração. É exatamente esse o "milagre" da bênção: com Deus se está longe do mal.