É claro que esse tema é inundado pela paixão política e acho que nessas horas, infelizmente, as pessoas perdem a bússola e as palavras, espero, não representem o pensamento verdadeiro e profundo da alma.
O problema é que uma expressão assim pode revelar as convicções religiosoas, nesse caso erradas. Errada principalmente em relação à visão que se tem de Deus, como alguém que castiga, que fere as pessoas pelas culpas passadas, às vezes até de gerações passadas. Deus, sendo sumo bem, não pode fazer o mal e não pode fazer ninguém sofrer. A morte é sofrimento e algo completamente alheio a Deus, tanto que ele ressuscitou, pois a morte não condiz com sua natureza. Deus quer que vivamos e nunca desejará a morte de um dos seus filhos.
Apesar da vontade divina, a morte é uma realidade. E ela é uma consequência do pecado. Muitas vezes, o pecado coletivo leva à morte. Isso é muito evidente nas guerras, onde pessoas morrem por culpa coletiva de pessoas que tomam decisões que afetam outras pessoas. Também os pecados dos políticos podem causar morte, pois as escolhas que fazem não são sem consequências.
O problema nesse caso da morte do neto do Lula é que se atribui a morte a Deus, que seria alguém que castiga esse líder. Essa lógica é completamente anti-cristã e poderia ser definida como uma blasfêmia, pois Deus não faria nunca algo parecido. A morte é sempre uma consequência da escolha humana ou de lógicas determinadas por ações marcadas pelo pecado e nunca uma vontade divina!