Tomando emprestado as palavras de Paulo, se Jesus não é Deus, vã é a nossa fé. Para nós cristãos, Jesus é Deus: é filho, mas tem a mesma natureza divina do Pai. É o Verbo de Deus (veja João 1,1):

No princípio era o Verbo e o Verbo erstava com Deus e o Verbo era Deus.

 

Ário e o Concílio de Niceia

Esse persongagem  (c. 256 – c. 336), um presbítero de Alexandria, defendeu por meio de suas pregações que Jesus Cristo não é gerado da substância do Pai, mas sim uma criatura criada do nada. Praticamente diz que o filho se tornou Deus, mas não o era por essência. O seu principal adversário foi Alexandre, bispo de Alexandria. Este combateu Ário sublinhando que se o filho, em origem não fosse Deus, mas apenas uma criatura, a prática das igrejas cristãs de adoração ao Filho estaria equivocada, pois Jesus não poderia ser reconhecido, tampouco, adorado como Deus, sob pena de ser politeísta.

Foi convocado então o Concílio Ecumênico de Niceia, que cunhou o seguinte texto, condenando as teorias arianas:

Cremos em um só Deus, Pai onipotente, criador de todas as coisas visíveis e invisíveis; e em um só Senhor Jesus Cristo, o Filho de Deus, gerado pelo Pai, unigênito, isto é, da substância do Pai, Deus de Deus, Luz de Luz, Deus verdadeiro de Deus verdadeiro, gerado não feito, de uma só substância com o Pai, pelo qual foram feitas todas as coisas, as que estão no céu e as que estão na terra; o qual, por nós homens e por nossa salvação, desceu, se encarnou e se fez homem, e sofreu e ressuscitou ao terceiro dia, subiu ao céu, e novamente deve vir para julgar os vivos e os mortos; e no Espírito Santo.
E a quantos dizem: “Ele era quando não era”, e “Antes de nascer, Ele não era”, ou que “foi feito do não existente”, bem como a quantos alegam ser o Filho de Deus “de outra substância ou essência”, ou “feito”, ou “mutável”, ou “alterável” a todos estes a Igreja Católica e Apostólica anatematiza.

Um estudo mais detalhado se encontra no livro "Jesus é Deus?", de Jefferson Ramalho (2008, Editora Reflexão).