Isaías primeiro de tudo é um livro profético, o primeiro na ordem dos livros. O profeta não é aquele que prediz o futuro, como muitos estão acostumados a entender, mas o homem de Deus que lê a vontade divina na história e consegue discernir o que acontecerá. Ele não retém para si essa visão, mas anuncia com o objetivo de endireitar a estrada percorrida pelo povo; anuncia a Palavra de Deus, aquilo que Ele espera do povo eleito.

Isaías é um dos profetas que precedem o destruição de Jerusalém e o consequente exílio na Babilônia. Ele viveu o seu ministério a partir da morte do rei Ozias, no ano 740 antes de Cristo. Começou a anunciar a Palavra quando ainda havia o reino do Norte (Samaria) e o Reino do Sul (Jerusalém). Desde Jerusalém foi encarregado por Deus para anunciar a ruína dos dois reinos por causa da infidelidade do povo.

O contexto político em que vivia era aquele da ameaça constante que o Reino Assírio representava para a Samaria quanto para Jerusalém. Ele se opôs aos acordos de Jerusalém com a Assíria (Acaz), que representavam uma falta de confiança em Deus. Essa falta de confiança teve como consequência a queda da Samaria, em 721, conquistada pelos assírios. Depois, com Ezequias no poder, primeiro contestou a sua escolha de aliança com o Egito e finalmente apoiou a sua resistência contra Senaquerib, em 701, prometendo o socorro de Deus.

Esse é o sue último período. Portanto, profetizou durante aproximadamente 40 anos. Não sabemos como morreu. Ele é um tipo de heroi nacional, por causa da sua preocupação com assuntos do seu país.

Figura importante é o "servo", que aparece em 4 peças líricas, ditas "cânticos do Servo". É uma figura bastante enigmática, cuja interpretação não pode se limitar ao passado ou ao presente do profeta. De fato, o Servo é o mediador da salvação que virá. Esses textos, princiaplmetne a expiação vicária do servo sofredor, serão usados por Jesus e aplicados a si mesmo e à sua missão, justificando e confirmando a leitura messiânica feito pelos judeus.

 

Isaías 13

Esse texto não é do próprio profeta, mas provavelmente foi escrito cerca 180 anos depois da sua morte, pois aqui é evidente que o autor está falando contra a Babilônia, que destruiu Jerusalém e exilou seus habitantes no ano 587 antes de Cristo, cerca de 115 anos após a morte de Isaías. Esse oráculo é uma síntese de textos contra os povos estrangeiros, que tentam oprimir Israel (veja também o capítulo 23). Mesmo se os exegetas confirmam que a redação final desse capítulo foi feita depois da sua morte, é muito provável que as ideias aqui apresentadas vêm do próprio profeta, não dirigida diretamente à Babilônia, mas aos povos inimigos de Israel em geral. Esses oráculos teriam sido conservados pelos discípulos do profeta e posteriormente aplicados à Babilônia.

O capítulo 13 em particular exalta a guerra contra Babilônia: Iahweh conduz o exército que acabará com a opressão e isso acontecerá no "dia de Iahweh", quando Babilônia (e todas as nações inimigas de Deus) serão reduzidas em cinzas, como Sodoma e Gomorra.