A Carta a Filêmon é um bilhete de Paulo (apenas 25 versículos!) a esse homem que Paulo chama de "colaborador" e apresenta como sendo alguém muito generoso. Não sabemos bem quem ele seja, mas conhecemos muito bem o contexto dessa carta: na prisão, Paulo conheceu um escravo chamado Onésimo; era escravo de Filêmon. Pode ser que Onésimo tenha escapado e por isso foi preso (apenas uma hipótese), pois dá a impressão que estava fugindo de Filêmon e voltar não seria uma boa ideia. Ao invés, Paulo provavelmente aconselha Onésimo a voltar para seu patrão, Filêmon.
É nesse contexto que precisa ser lido esse bilhete e a partir disso entender a sua mensagem.
Paulo fala sobre Onésimo: "meu filho Onésico, que gerei na prisão". É provável que durante o período juntos, Paulo transmitiu a esse escravo a Boa Nova de Cristo, introduzindo-o ao cristianismo, a uma vida nova (gerado). Também Filêmon era conhecido pela sua fé no Senhor Jesus. É, portanto, a fé em Cristo o denominador comum entre esses três personagens. É isso que dá autoridade a Paulo de fazer o seu pedido: "recebe-o não mais como escravo, mas como um irmão" (versículo 16).
A mensagem que tiramos dessa leitura pode ser colocado em paralelo àquilo que Paulo diz em outros lugares: diante de Jesus, não há mais senhor nem escravo, mas somos todos irmãos (veja 1Coríntios 12,13 e Colossenses 3,22-25).
Seguir a Cristo exige uma mudança nas nossas relações, sobretudo com o próximo. Não posso ser cristão e continuar tratando os outros como escravos. O cristianismo tem que ser pragmático, transformar a realidade, começando do nosso próprio contexto.