Sinceramente não conheço detalhes do  zoroastrismo, que certamente é mais uma corrente de pensamento do que uma religião. Parece que se trate de uma corrente moral e de comportamento que se funda em um personagem quase folclórico chamado Zaratustra, do qual ninguém tem detalhes históricos, exceto elementos da tradição transmitida oralmente. Alguns dizem que ele viveu até mesmo mais de 2000 anos antes de Cristo, mas o que se tem escrito dele é muito recente. É certo que o ambiente em que seus princípios see difundiram era aquele do atual Irã. Muitos filósofos o mencionam, tais como Platão e, muito mais próximo de nós, Friedrich Nietzsche, com o seu “Assim falou Zaratustra”.

Lendo o que dizem sobre o pensamento de Zaratustra e da “religião” que você menciona, poderíamos sublinhar principalmente a clara separação entre o bem e o mal, o justo e a desordem. Deriva disso uma busca moral muito interessante, que certamente deu uma contribuição grande para o desenvolvimento positivo da humanidade. Todavia, é importante frisar que o dualismo tão presente nesse sistema de pensamento não faz parte dos princípios nem do judaísmo e nem do cristianismo, visto que somos considerados criaturas que convivem com diferentes realidades contemporaneamente, que não se podem dividir e separar.

 

O valor dessa filosofia para nós

Do meu ponto de vista, perder-se nesses meandros é uma busca sem sentido de razões para a nossa fé, quando, muitas vezes, não aprendemos  ainda o que diz a Bíblia, que é a base para nós.

Apesar disso, a sua pergunta sobre eventuais influências sofridas pelo judaísmo tem fundamento. Com certeza o judaísmo, e também o cristianismo, que de lá nasceu, tomou elementos emprestados da cultura circunstante. Basta ver, na Bíblia, quanta coisa existe que vem da cultura do Oriente Próximo, como muitos mitos, muitos contatos literários que se descobrem principalmente nos primeiros capítulos da Bíblia, tais como a história da criação, a história do dilúvio, etc.

Por outro lado, esses contatos que podemos identificar não são dependências, mas desenvolvimento. Por exemplo, em relação à criação, enquanto que a literatura paralela à Bíblia tinha uma visão negativa do ser humano, o autor bíblico, mesmo tomando elementos mitológicos comuns a outros ambientes, sublinha o valor do homem e da mulher, dando um salto de qualidade.

Aplicando isso à sua pergunta, pode ser que à base do judaísmo existam elementos comuns a outras religiões ou sistemas de pensamento como esse relacionado com Zaratustra, mas com certeza o judaímso não o usa como um dado estático, mas apenas como um trampolim para aperfeiçoar a fé no Senhor.