Você pode ver nesse link outras respostas sobre esse tema, que divide os cristãos. Não há uma doutrina específica na Bíblia sobre esse tema, embora no livro dos Macabeus essa ideia é difusa e a doutrina cristã, afirmada nos concílios de Florença e Trento se baseiam nesse livro.
Para a doutrina que defende esse tema, existem pessoas que morrem na graça e na amizade de Deus, mas não estavam totalmente purificados. Embora seguros da sua salvação eterna, para o encontro definitivo com Deus precisam, depois da morte, passar por uma purificação, a fim de obterem a santidade necessária para entrar na alegria do céu.
Passagens bíblicas e da tradição
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2Macabeus 12,43-46:
“Judas, tendo feito uma coleta, mandou duas mil dracmas e prata a Jerusalém, para se oferecer um sacrifício pelo pecado. Obra bela e santa, inspirada pela crença na ressurreição… Santo e salutar pensamento de orar pelos mortos. Eis porque ele ofereceu um sacrifício expiatório pelos defuntos, para que fossem livres de seus pecados”.
Os teólogos vêem aqui uma clara alusão ao purgatório, visto que existe a possibilidade de libertar-se dos próprios pecados, depois da morte.
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Mateus 5,25-26:
"Põe-te depressa de acordo com o teu adversário, enquanto estás ainda em caminho (da vida) com ele; a fim de que teu adversário não te entregue ao juiz, e o juiz ao guarda, e sejas metido na prisão. Em verdade te digo: Não sairás de lá, enquanto não pagares até o último centavo”.
Jesus, falando do juízo divino, após a morte, acena à possibilidade de sair dessa prisão depois da morte, depois de ter pago o último centavo, coisa que aconteceria no purgatório
- 1Coríntios 3,12-15:
“[…] Aquele, cuja obra (de ouro, prata, pedras preciosas) sobre o alicerce resistir, esse receberá a sua paga, aquele, pelo contrário, cuja obra, (de madeira, feno, ou palha ), for queimada, esse há de sofrer o prejuízo; ele próprio, porém, poderá salvar-se, mas como que através do fogo.”
Essa é uma outra passagem que a tradição entedia "fogo" no purgatório.
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Primeiros séculos - Tertuliano
“A esposa roga pela alma de seu esposo e pede para ele refrigério, e que volte a reunir-se com ele na ressurreição; oferece sufrágios todos os dias aniversários de sua morte” (De Monogamia, 10).