Uma pergunta muito interessante, que denota já uma visão acertada sobre o contexto bíblico. E a resposta é: sim, todos os apóstolos de Jesus eram judeus, assim como ele mesmo.
O judaísmo é o ambiente aonde nasce o cristianismo. Como para uma árvore é importante o chão aonde cresce, assim também para o cristianismo é muito importante o judaísmo. Entendê-lo é de fundamental importância para entender a nossa própria religião. Isso não significa que devemos almejar à unidade religiosa, unificar as crenças, mas apenas que devemos intensificar o diálogo, a compreensão e o caminhar juntos, mesmo com princípios de fé diferentes. Para os judeus, Jesus não é o messias, ao invés para nós sim. Não precisamos unificar essa visão, pretendendo que eles acreditem em Jesus como o Messias, mas com eles partilhamos o Antigo Testamento e a fé em um Deus único.
Essa visão teria evitado muito sofrimento para o povo judeu durante os séculos. Hoje não é mais possível ignorar a importância dos judeus para a nossa própria fé. Como em uma família, um irmão não pode ignorar o outro, assim também não podemos ignorar os judeus, nossos irmãos maiores, na fé.
A maioria dos apóstolos era da Galileia. É verdade que a prática religiosa dos habitantes daquela região, no tempo de Cristo, não tinha uma boa fama entre os judeus que viviam mais próximos do Templo de Jerusalém, mas mesmo assim eram judeus praticantes. Mesmo pessoas que estavam a serviço dos romanos, como Mateus, eram judeus. Mesmo, Paulo, que é tido como um dos apóstolos, mesmo não tendo convivido com Cristo, que não nasceu em Israel, era um judeu, pois haviam também muitos judeus que viviam na diáspora, fora de Israel.
Logo após a morte e ressurreição de Cristo, os apóstolos compreenderam que a mensagem de Cristo, embora tendo nascido entre os judeus, transcendia essa esfera, sendo universal. Começaram então a entrar dentro do "caminho" também pessoas que não eram vinham do judaísmo. Esse processo começou já com Pedro, mas o grande protagonista que levou o Evangelho para "fora", até o centro do império, em Roma, foi Paulo, o apóstolo das gentes.