A mulher pode tanto participar das celebrações na igreja sem véu na cabeça quanto fazer suas orações privadas sem ele. O uso do véu não é nenhuma condição imposta pelo cristianismo, mas simplesmente um elemento ligado aos costumes de lugares singulares.
A questão inerente ao uso do véu aparece ao nos deparar com o texto de 1Coríntios 11, onde Paulo fala sobre a conduta dos homens e das mulheres nas assembleias. Ele simplesmente diz que seguindo os costumes locais, as mulheres e os homens, quando entram na igreja, precisam se comportar de maneira digna e não provocar escândalos, desonrando a Deus, que criou tanto homem como mulher, igualmente.
As palavras de Paulo estão, portanto, intimamente ligadas ao contexto da cidade da Grécia daquele período, onde haviam pessoas que desonravam a Deus com comportamentos não dignos da sua vontade. Essas atitudes eram caracterizadas por pessoas que usavam cabelos cumpridos (entre os homens) e pessoas que não usavam véus na cabeça, entre as mulheres. Certamente esses costumes, hoje em dia, não são mais sinais de uma vida de desonra em relação a Deus: mesmo careca uma mulher pode honrar a Deus e igualmente um homem com cabelos cumpridos pode ser um íntimo amigo de Deus. Portanto, não existe nenhuma rezão que obrigue o cristão a usar o véu, especialmente em nossos países ocidentais. Tal preceito poderia continuar valendo em outras circunstâncias, por exemplo em locais aonde não é digno que uma mulher mostre os cabelos.
Trata-se meramente de uma questão ligada ao contexto da comunidade de Corinto. Naquele ambiente, uma mulher com um comportamento decente usava véu. Essa circunstância é relativa para os cristãos, visto que os costumes mudam com o passar do tempo. Ao invés, continua valendo a mensagem que traz esse texto: o cristão deve honrar sempre a sua cabeça, que é Cristo. E na assembleia todos devem se comportar e se vertir com dignidade, respeitando o costume e demais fieis.
É importante também notar que nessa passagem de Paulo não existe nenhuma margem para uma interpretação da submissão da mulher em relação ao homem. Ela é igualmente criada por Deus (veja versículo 12!); homem e mulher "vêm de Deus"! Além disso, o fato que ela "profetize" (v. 5) sublinha o protagonismo que tinha na vida da comunidade cristã de então.