É difícil recordar um personagem destacado que tenha feito essa escolha, deixando para trás outro deus ou deuses e abraçando a fé no Senhor. Certamente os cristãos que vieram do mundo grego ou daquele latino, que não eram judeus, deixaram para trás a fé nos deuses da fé grega ou latina e abraçaram Cristo.
Essa experiência não se deu logo no início da comunidade, pois os primeiros cristãos eram essencialmente judeus, que também acreditavam no Senhor e seguiam seus preceitos. Só aos poucos os cristãos se abriram ao mundo fora do judaísmo e começaram a ingressar pessoas que não pertenciam ao contexto judaico. Esse processo, além de menções nas cartas de Paulo, é muito bem descrito nos capítulos do Atos dos Apóstolos.
O primeiro personagem "pagão" a ser mencionado é o eunuco eutíope, batizado por Filipe, como contado em Atos 8. Depois, no capítulo 10, vemos também Pedro que entra na casa do centurião romano, Cornélio, que vivia em Cesaréia. Embora fosse "piedoso e temente a Deus", é provável que seguia os deuses normalmente cultuados pelos romanos.
Aos poucos o cristianismo se espalha e o ingresso de pessoas convertidas, vindas de cultos pagãos, é inevitável, mesmo se os escritos bíblicos não dão tanta ênfase a isso. De qualquer forma, toda a discussão que se encontra em Atos dos Apóstolos, como aparece claramente no capítulo 15, demonstra que a pregação do Evangelho no meio dos pagãos se tornou uma realidade muito importante na segunda metade do primeiro século.