Como primeiro elemento dessa resposta, é preciso sublinhar que o ponto de chegada é que a mensagem de Deus, revelada através da Bíblia, é uma mensagem universal, que vai além da cultura na qual foi revelada, destinada a todos os povos. Isso resulta evidente da palavra dita por Jesus aos discípulos no momento da ascensão: “Ide e fazei que todas as nações se tornem discípulos, batizando-as em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo e ensinando-as a observar tudo quanto vos ordenei” (Mateus 28,19-20).

Por outro lado, Deus se revelou aos hebreus, a quem escolheu como “povo eleito”, uma eleição nunca revocada, como lembra Paulo em Romanos 11,29-30: “Quanto ao Evangelho, eles são inimigos por vossa causa; mas quanto à Eleição, eles são amados, por causa de seus pais. Porque os dons e o chamado de Deus são irrevocáveis”.

 

No Antigo Testamento

Numa visão superficial, pode parecer que Deus se revela unicamente aos hebreus. Mas uma análise mais profunda mostra que, já no Antigo Testamento, a mensagem é para todos as nações. Essa perspectiva é evidente em vários profetas, como Jeremias, dito “profeta das nações”. Em Isaías 49, o “Servo” é estabelecido como “luz das nações, a fim de que a minha salvação chegue até as extremidades da terra” (Isaías 49,6). Além disso, nas suas próprias orações, nos Salmos, Israel tinha consciência da abrangência universal da ação divina, pois Ele “governa as nações” (Salmos 22,29).

O amor que Deus tem por Isael, a quem escolheu, é simplesmente um sinal para as nações, para que vejam e se prostrem diante do seu poder, adorando-o (veja Isaías 49,7). Como sinal, continua valendo até hoje, que visa brilhar para todos.