Acredito que quando alguém diz que “tudo é no tempo de Deus” está expressando a grandeza da sua fé, pois crê na senhoria dEle sobre a história. Deus comanda sobre a história, de ontem, de hoje e do amanhã! Essa verdade transparece na Bíblia, na ação salvífica divina. As coisas prometidas por Deus estão no seu tempo, porque certamente acontecerão!

Podemos citar a resposta que Deus dá a Habacuc, quando espera uma sua intervenção em vista da queixa apresentada. O Senhor lhe responde prometendo uma visão (2,2):

“É uma visão sobre um tempo determinado, fala de um prazo e não vai decepcionar. Se demorar, espere-a, pois certamente ela virá e não atrasará.”

Essa mensagem mostra que de qualquer forma a presença do Senhor será realidade e então poderíamos dizer que “o tempo de Deus” é certo. É uma esperança e uma certeza. Mas é uma certeza, como lembra Isaías 40,31, que deve contar com nossa ação, uma ação fundada na segurança:

“Mas os que esperam em Javé renovam suas forças, criam asas, como águias, correm e não se fatigam, podem andar que não se cansam.”

 

O tempo de Deus é a ETERNIDADE

A sabedoria bíblica ensina que existe um tempo para tudo, para nós seres humanos (Eclesiastes 3,1; 8,6. E o nosso tempo está nas mãos de Deus (Salmos 31,15). Por outro lado, quando os discípulos de Jesus queriam saber o momento exato da “restauração do Reino de Israel”, resulta claro que o tempo de Deus não coincide com nossas expectativas:

“Não cabe a vocês saber os tempos e as datas que o Pai reservou à sua própria autoridade” (Atos 1,6).

Isso acontece porque o tempo de Deus é a eternidade, uma lógica que não conseguimos compreender com nossas limitadas capacidades, embora dentro de nós está a semente dela:

“Tudo o que ele fez é apropriado para cada tempo. Também colocou o senso da eternidade no coração do homem, mas sem que o homem possa compreender a obra que Deus realiza do começo até o fim” (Eclesiastes 3,11).

A ação divina não tem limite, não observa nossas categorias temporais, mas são certas, acontecem verdadeiramente, talvez quando não esperamos. A eternidade garante essa certeza da realização das promessas de Deus. Em termos de projeto divino, falamos de “já, mas ainda não”, para contar que o que Deus prometeu já está acontecendo, mas se realizará plenamente no “tempo de Deus”, que está próximo (Apocalipse 1,3), mas também já se completou (Marcos 1,15).