Na língua portuguesa, “porém” é uma conjunção adversativa, pois expressa uma oposição. Como ela, temos outras: mas; contudo; todavia; senão; entretanto; no entanto; não obstante; ainda assim; apesar disso; mesmo assim.
Em hebraico e grego, não temos assim tantas conjunções adversativas. Em hebraico, é possível considerar diversas expressões, como a palavra abal ou também o “waw inversivo”, diante de um verbo. Esse último é extremamente comum, pois pode significar também simplesmente “e”. Em grego, por sua vez, se usa “de”, que aparece 2.810 vezes no Novo Testamento, onde os livros foram escritos nessa língua (veja aqui as passagens).
Esses números se referem às línguas originais. Obviamente não coincidem com as versões em português. De fato, um tradutor, ao encontrar uma conjunção grega “de” pode ter traduzido como “porém”, mas igualmente pode ter escolhido “todavia” ou outra entre as conjunções que temos na língua de Camões. Portanto, na prática não é possível responder a sua pergunta.
Poderíamos, é verdade, responder: quantas vezes aparece “porém” na Bíblia Edição Pastoral da Paulus. Nesse caso a resposta seria 688 vezes. Mas, repito, não é conforme o original, mas simplesmente uma escolha do tradutor em usar esse vocábulo ao invés de outra entre as escolhas que tinha.