Os samaritanos eram os habitantes da Samaria, uma região montanhosa que fica a cerca de 70 quilômetros de Jerusalem. No mapa aqui abaixo você pode ver "Nablus"; é ali o centro dessa região. Hoje é um território que está sob a jurisdição da Autoridade da Palestina. Até hoje existe um grupo de aproximadamente 800 pessoas que se identificam com os Samaritanos, com uma própria religião.
A nossa curiosidade certamente nasce a partir dos eventos do Evangelho que falam dessa gente. Temos, por exemplo, a parábola do Bom Samaritano, que se demonstra generoso, alguém de quem não se esperava generosidade... Também lembremos várias outras passagens de Jesus por aquele território, especialmente aquilo que conta João 4, Jesus entre os Samaritanos, em particular o encontro com a mulher da Samaria, no poço.
Os textos do Novo Testamento que falam dos samaritanos revelam, na verdade, uma tensão entre os judeus e os samaritanos. Essa tensão é o resultado de um processo histórico que pode ser descoberto no Antigo Testamento, ao qual acenemos brevemente aqui abaixo.
Depois de Salomão, Israel se dividiu em Reino do Norte e Reino do Sul, com Samaria e Jerusalém como respectivas capitais. Os provetas sempre almejaram a união entre essas duas regiões, coisa que nunca aconteceu. Em 722 antes de Cristo, Samaria foi conquistada pelos Assírios e a população levada em exílio (Veja 2Reis 15,29). Para o local, o conquistador Tiglat-Pileser III trouxe gente da Assíria, que se misturou com o povo samaritano que ficou na região. Obviamente disso, com o tempo, nasceu um sincretismo tanto de raça quanto de religião. Isso nunca foi aceito pelos outros judeus que habitavam em Jerusalém. Inclusive, dois séculos mais tarde, quando os Judeus de Jerusalém voltaram do exílio na Babilônia, no tempo de Neemias, os samaritanos se ofereceram para ajudar na reconstrução, mas a ajuda foi rejeita de maneira e assim a separação cresceu cada vez mais, até ao ponto que, segundo as informações que temos em Flávio Josepo (Antiguidades XIII, 9,1), os samaritanos construíram um tempo sobre o monte Garizim, em contraposição ao Templo de Jerusalém. Teria sido construído por volta de 320 antes de Cristo, sendo destruído 200 anos mais tarde, exatamente em 128 antes de Cristo, por João Hircano.