É uma pergunta muito frequente e a resposta não é simples.
Primeiro de tudo, você precisa ter em mente que estamos diante de uma mini biblioteca, com livros escritos em diferentes períodos, em um laço de tempo de cerca de 1000 anos. Portanto, não é simples dar uma resposta categórica; cada livro tem sua própria história e deve ser tratado separadamente. Em poucas palavras, cada um dos 73 livros (ou 66, na Bíblia Protestante) tem uma história diferente e foi escrito por pessoas e datas diferentes.
Creio que, ao invés, a sua pergunta tem mais a ver com a formação dessa “biblioteca”, ou seja, quando e quem decidiu que essa “biblioteca” conteria tais e tais livros, enquanto outros ficavam fora. Também isso é algo muito complexo e está intimamente ligado à história da igreja e à tradição dos primeiros séculos do cristianismo, além da história dos judeus, pois compartimos com eles o Antigo Testamento.
Os católicos decidiram, finalmente, que a Bíblia seria como aquela que temos hoje, com os 73 livros, durante o Concílio de Trento, que se celebrou no século em que o Brasil foi descoberto, nessa cidade da Itália que leva esse nome. Esse concílio foi marcado pela controvérsia com Lutero. Um decreto desse concílio, que reúne os bispos católicos, se decidiu que a Bíblia ficaria assim composta, acolhendo um longo percurso histórico.
Antes disso, a lista dos livros bíblicos, dita “cânon” foi sendo criada aos poucos. Algumas regiões apreciavam uns livros e outras outros, mas aos poucos foi crescendo o consenso. A diferença entre as duas bíblias mais importantes dos cristãos, dos católicos e dos protestantes, mais que em uma questão de princípio, está baseada em questões que tem a ver com a necessidade de afirmar a própria identidade, um distinguindo-se do outro.
Nesse artigo, escrito já há algum tempo, explico de maneirar mais exaustiva como se formou a Bíblia, como foi definido o cânon, a lista dos livros tidos como inspirados por Deus