Nesse capítulo, Paulo está debatendo com o público da cidade grega de Corinto sobre o seu ser "apóstolo". Ele retém que foi privilegiado, pois a ele foram revelados os mistérios da salvação, tendo sido arrebatado "ao terceiro céu", e que principalmente foi chamado para ser apóstolo do Senhor. Apesar de todas essas evidências da grande missão que lhe foi conferica, Paulo afirma que não é nada, que embora tendo muitos motivos para se glorias, se gloria "só das minhas fraquezas". Paulo retém então que "um aguilhão na carne" lhe foi dato para que não se glorie. Pediu a Deus que o libertasse disso, mas o Senhor lhe disse:
basta-te a minha graça, pois é na fraqueza que a força manifesta todo o seu poder.
Essa explicação ajuda a entender como acontece na vida do discípulo, coisa que fica claro logo no versículo seguinte (2Cor 12,10):
Pois quando sou fraco, então é que sou forte.
Existe vários modos de ver essa afirmação de Paulo. Acredito que podemos sintetizar a explicação em outra passagem que encontramos na Carta aos Filipenses 4,13:
Tudo posso naquele que me dá forças.
Isso sublinha, de um lado, a força que nos é dada por Deus, através da sua graça. De fato, fomos salvos definitivamente, sem o nosso merecimento. A salvação nos é dada de presente, sem que precisamos fazer nada para merecê-la. Por outro lado, a nossa fraqueza é evidente e nos impede de abraçar esse dom divino. Portanto, se contrapõem a potência divina e a fraqueza humana. E a fraqueza humana é um lugar privilegiado para ver a potência divina.