Esse texto que você nos recorda conta um dos milagres de Eliseu, o profeta que herda a missão de Elias.
Uma mulher que perdeu o seu marido se encontra em dificuldades a tal ponto que os filhos estão para ser vendidos como escravos para assim pagar as dívidas. Não tinha nada, exceto um vaso de óleo. Ela pede ajuda ao profeta, que diz pra pedir emprestado jarras dos vizinhos. Conseguiu encher todas as ânforas com aquele óleo, que não terminou até que todos os recipientes se encheram. Então pode vender aqueles vasos de óleo e pagar a sua vida.
Há várias mensagens nessa pequena história. Um elemento muito popular, típico do conto popular é o óleo que não termina. Ao mesmo tempo mostra que Deus é um deus da abundância, como vemos na história evangélica da multiplicação dos pães e dos peixes. Também mostra que Deus não aceita a prática da servidão que deriva da dívida. Deus prospeta um futuro diferente para as duas crianças, tirando-os da escravidão e permitindo-lhes que vivam suas vidas, como homens livres. Ao mesmo tempo mostra como Deus ouve o pedido de justiça da viúva, pois não quer a renúncia dos pobres, apreciando a capacidade de confiar na sua intervenção.
A viúva é também usada por Jesus como modelo para o crente. Ela, a última da pirâmide social, torna-se uma medida pela qual se avalia a injustiça da sociedade.
Além disso, o texto nos insinua a mensagem sobre o que é ser comunidade: a necessidade de compartilhar. Todos nós somos os vizinhos da viúva, que somos chamados a entrar em relação com ela, não superficial, mas de solidariedade: quanto mais generosos formos, mas liberdade e futuro resultará para a viúva e seus filhos.