Nosso leitor Josué dá outros detalhes para a sua pergunta:
Quais dentre as traduções são de equivalência formal e equivalência dinâmica? Ademais, quais são as traduzidas do latim e dos originais grego e hebraico? Procuro uma boa tradução católica para ler os deuterocanônicos...
Procurar uma boa tradução é um percurso inteligente para a leitura da Bíblia, visto que a maioria de nós não pode fazer comparações entre o texto que tem e o original, ficando apenas a possibilidade de confiar naquilo que tem em mãos, que não é o texto original, mas uma tradução. Há quem pense que cada tradutor é um traidor. Não acredito nisso, mas é verdade que é impossível para um tradutor ser completamente fiel ao texto original, pois teria que renunciar ao seu contexto e percurso cultural e de fé (equivalência dinâmica). Há traduções que privilegiam algumas correntes, traduzindo conforme uma linguagem própria de certos grupos. Há outras traduções que desejam conservar a fidelidade ao texto, traduzindo tudo de maneira demasiada literal, sem respeitar a língua do leitor final, o português no nosso caso (equivalência formal). Penso, como ensinam os clássicos, que a virtude está na metade da estrada entre essas duas opções (veja esse link sobre as equivalências na tradução).
Há também outras traduções que são feitas de versões que por sua vez são traduções, como do latim para o português, considerando que a Bíblia não foi escrita nessa língua, mas em hebraico, aramaico e grego. Essas traduções, não feitas do orginal, se encontram em versões antigas da Bíblia, especialmente aquelas que não dizem nada nas primerias páginas sobre a equipe que realizou o trabalho de tradução.
Outra observação que limita o campo da sua pergunta é a sua vontade de ler os livros ditos "deutero-canônicos", isto é, que entraram na lista dos livros bíblicos mais tarde. São os famosos 7 livros do Antigo Testamento que foram escritos em grego e por isso não entraram na Bíblia Hebraica e, depois, também não entraram nas bíblias protestantes e hoje, evangélicas. Esses livros constam nas bíblicas das igrejas clássicas, pré-Reforma, especificamente nas bíblicas católicas.
A consideração desses aspectos basta para ver a importância da escolha de uma boa tradução. Hoje em dia quase todas as bíblias que existem no mercado, sobretudo aquelas editadas recentemente, são traduções dos textos originais. Não é fácil dizer qual é a melhor. Eu uso a Bíblia de Jerusalém, no dia a dia e acredito que seja uma boa edição. O mesmo se poderia dizer da Bíblia Vozes, da Bíblia da CNBB e ainda outras, sem querer fazer propaganda nem excluir trabalhos importantes feitos pelas editoras. O trabalho de tradução é uma empresa muito grande e precisa ser louvado sempre. Por isso me sentiria em culpa se dissesse que uma tradução é melhor do que a outra. O importante é que o leitor saiba das linhas "ideológicas" que cada versão tem e julgue ele mesmo. Por exemplo, a Bíblia Pastoral é muito usado e muito aconselhada para grupos populares, pois tem uma linguagem simples e usa a língua que a gente fala. E para cada edição poderia dizer alguma coisa, mas sinceramente tenho medo de não ter a capacidade para sublinhar os lados positivos e deixar fora aspectos importantes.
Também do lado protestante e evangélico há bons trabalhos de tradução, mas nelas você não encontra os deutrerocanônicos.
O conselho que dou é, para quando for possível, em situações que você tem alguma dúvida, confrontar mais edições. Hoje, com os recursos da rede, isso ficou mais fácil. Dá inclusive para consultar os originais, especialmente se você tem alguma facilidade com o inglês. Aconselho, por exemplo esse site: https://biblehub.com/