Em Mateus 25 temos a bem conhecida parábola dos talentos. A parábola se conclui com a condenação do “servo mau e preguiçoso”, que escondeu o talento que o Senhor lhe confiou. É então que entra a menção ao juízo divino, que tem como desfecho a sentença para o “servo inútil”: deve ser jogado nas trevas, onde há choro e ranger de dentes (25,30).
Essa menção ao juízo abre caminho para a passagem seguinte, que fala da volta gloriosa do Filho do Homem, quando “se sentará no seu trono glorioso”.
É desse contexto que nasce a sua pergunta. Na nossa cabeça paira a ideia de que a vitória de Cristo sobre a morte o conduziu à glória. E assim é. Isso, porém, não é ligado diretamente com o trono. No Apocalipse, normalmente o trono é o lugar do Pai, de Deus. O cordeiro fica sentado ao seu lado (veja Ap 5).
A ideia do trono aqui em Mateus está intimamente ligada ao juízo final, que acontecerá na segunda vinda de Cristo, quando julgará o mundo. Ele se senta no trono para julgar, como era tradição entre os reis de Israel (veja Mateus 19,28). Isso é, além de tudo, evidente graças à expressão “filho do homem”, que relembra a profecia de Daniel 7, onde fala dAquele que vem sobre as nuvens.