A Bíblia, quando fala da criação do mundo, engloba todos os animais e, por isso, também os dinossauros. Ela diz que tudo foi criado por Deus. Todavia não nos diz como isso aconteceu. A narração bíblica, nos seus primeiros capítulos, é uma visão do mundo a partir da fé de um autor inspirado pelo Espírito Santo, que nos transmitiu como Deus foi protagonista em criar tudo aquilo que está ao nosso redor e que marcou a história do nosso planeta. O autor bíblico não faz um tratado científico sobre a criação, apenas projeta sua fé e analisa o mundo que vê. Hoje em dia, do ponto de vista científico, sabemos muito mais do que ele. É provável que o autor do Gênesis não soubesse da existência de dinossauros, que se extinguiram há cerca de 66 milhões de anos. Imagine que esses textos bíblicos não têm nem 3 mil anos de existência!
Hoje podemos datar os processos evolutivos graças às ciências que não existiam no tempo da Bíblia. O autor bíblico não é alguém super dotado, que sabia tudo. É uma pessoa, embora inspirada por Deus, fruto do próprio tempo. A grandeza da Palavra divina está exatamente nisso: Deus se revela na história e usa mãos humanas para "aparecer". Os autores bíblicos não são super-heróis, mas apenas pessoas de fé, a quem Deus deu o dom do Espírito Santo que lhes inspirou para dizer a Verdade, não elementos científicos, mas sim elementos fundamentais da nossa existência: quem somos e para onde devemos ir; somos de Deus e a Ele precisamos voltar.
O mesmo princípio vale para a questão sobre o que você chama de "homem paleolítico". Na verdade fala-se de período paleolítico, conhecido vulgarmente como "período da pedra lascada", que vai de alguns milhões de anos atrás até cerca de 10 mil anos. Nesse período já existia o que hoje conhecemos como Homem Moderno (Neanderthal, Sapiens), embora fosse exclusivamente nômade, caçador-coletor.
Não temos dúvidas sobre a evolução da criação e isso não significa, como já dissemos, nenhuma contradição com a Bíblia. Aquilo que a Bíblia narra sobre o "como" o ser humano foi criado é fruto da imaginação do autor e não exatamente como aconteceu. Isso é tão verdade que a própria Bíblia conserva dois "como", isto é, traz duas criações bem diferentes, nos dois primeiros capítulos da Bíblia. Isso demonstra que o autor bíblico tem consciência de não saber exatamente como Deus criou o ser humano e as coisas ao seu redor, mas tem a certeza que tudo foi criado por Deus, que tudo é sua criatura.
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