Tradicionalmente, os apóstolos são os 12 escolhidos por Jesus. Assim são nomeados em Marcos 3,16-19: Pedro, Tiago (o maior), João, André, Filipe, Bartolomeu, Mateus, Tomé, Tiago (o menor), Tadeu, Simão (o Zelota) e finalmente Judas Iscariotes.
Em Atos dos Apóstolos, livro de Lucas que conta os primórdios da Igreja, são os 12 mencionados acima a serem considerados em pleno título como apóstolos. Paulo, que é protagonista nesse livro, não recebe do autor o título de apóstolo, mesmo se em duas ocasiões, em sentido genérico, se encontra entre os "apóstolos" (Atos 14.4.14).
Então, como pode Paulo ser definido assim, se nem sequer parece ter conhecido Jesus? Constatamos efetivamente que normalmente se diz “o apóstolo Paulo”. E, ainda mais comum, costumamos chamá-lo de “apóstolo dos gentios”.
Na verdade, é o próprio Paulo que nas suas cartas diz que foi o próprio Deus que o chamou como apóstolo (veja. 1Tessalonicenses 2,7; 1Coríntios 1,1; 2Coríntios 1,1; Gálatas 1,1 e Romanos 1,1). Várias vezes ele sente a necessidade de reivindicar esse título: Deus lhe revelou seu Filho (Gálatas 1,5-16); viu o Senhor (1Cortíntios 9,1); apareceu a ele como aos outros apóstolos (1Croríntios 15,8); realizou as obras típicas dos outros apóstolos (2Coríntios 12,12). Para Paulo, a própria comunidade que ele gerou na fé, graças à sua pregação, é como se fosse um tipo de documento da sua plena autoridade apostólica (2Coríntios 3,2).