Infelizmente não podemos rebater diretamente ao livro que você cita, pois não o conheço e não tenho o seu texto.
Encontrei um autor chamado Caio de Lima que tem um livro com um mtítulo parecido: “As Grandes Mentiras da Bíblia”. As coisas ditas ali não têm nem pé nem cabeça. Pode imaginar a seriedade de alguém que escreve um livro para afirmar, entre outras coisas, que Jesus nasceu na Índia? Pois isso está assim dito nessa obra. Desconfie de tudo o que é proclamado assim de forma escandalosa, pois pode esconder simplesmente alguma vontade excêntrica de aparecer. É muito mais sábio confiar num percurso histórico milenar do que em alguém que aparece que uma pseudo verdade, descoberta ninguém sabe como. Se fundamenta sua afirmação em alguma pesquisa científica ou outra fonte, precisa sempre verificar se efetivamente é assim e sobre o valor de tal fonte.
De qualquer forma, é possível falar algo sobre o tema que você propõe, dando assim alguns critérios para que você mesmo julgue a obra que você menciona.
No mundo exegético esse tema é matéria de estudo. Sabemos bem que os evangelhos foram escritos ao menos 40 anos (Mateus, Marcos e Lucas) depois da morte de Jesus e João provavelmente 60 anos depois. É claro que ninguém lembra exatamente tudo depois de 40 ou 60 anos, mesmo tendo sido tão importante aquilo que Jesus disse. Certamente a primeira comunidade cristã conservou na memória o que Jesus ensinou, especialmente o cerne do conteúdo. E os evangelistas transmitiram isso de maneira bastante fiel, mesmo por que dois deles foram discípulos de Cristo, tendo convivido com ele. É provável, porém, que muitos fatos sobre a vida de Jesus foram narrados com palavras próprias dos evangelistas e nem sempre reproduzindo literalmente as palavras de Jesus. Há todavia, estudos que procuram determinar quais são as frases trazidas nos Evangelhos que são literalmente ditas por Cristo. Trata-se da busca pelas “ipsissima verba iesu”, as palavras próprias de Jesus. Tudo isso se insere no contexto da busca pelo Jesus histórico.
Não é fácil descobrir se nas passagens dos evangelhos temos as próprias palavras de Jesus o as palavras que o Evangelista usou para transmitir o pensamento de Cristo. Acredito que o mais importante seja entender a intenção de Jesus e isso é evidentemente revelado pelos evangelhos.