Existe um sentido elementar que inaugurou a prática do dízimo e outro sublime, que serve para os dias de hoje. No inízio, era um modo que o povo de Deus usava para garantir a sobrevivência das pessoas encarregadas do culto. A Tribo de Levi não ganhou como herança um pedaço da Terra Prometida e, portanto, as outras tribos precisavam contribuir para a sua sobrevivência (Números 18,21). No fundo a décima parte de tudo era algo que pertencia a Deus e distribuído aos levitas. Isso é provado pelo fato que os animais não pertenciam aos levitas e inclusive eles precisavam dar a Desu a décima parte daquilo que recebiam (Números 18,26).
Já nessa retrospectiva se entrevê o aspecto da solidariedade. De fato, a sua prática procurava sanar uma questão social. De fato, esse é o sentido que serve para nós hoje. Por isso é muito importante que o dízimo não seja exclusivamente dedicado à manutenção das coisas e pessoas do culto, mas também destinado a "viúvas e órfãos. Isso já era previsto no Antigo Testamento, pois a cada 3 anos, ao invés de levar a oferta ao templo, ela era levada até o local aonde viviam os levitas e doado aos pobres, estrangeiros, órfãos e viúvas, com os quais se fazia uma refeição (Deuteronômio 14,28 seguintes).
Há ainda um sentido teológico por trás da prática do dízimo: a convicção que tudo aquilo que se possuiu é fruto da bondade divina. Nessa linha deve ser lido o texto de Lucas 18,9-14, onde Jesus conta uma parábola que fala do dízimo praticado pelos fariseus no seu tempo, que era meramente uma prática, sem nenhuma espiritualidade.
O dízimo em si não é importante, mas significa uma das expressões possíveis do reconhecimento da existência de Deus nas nossas vidas. Além do mais Jesus nos ensina que o fundamental da Lei transmitida no Antigo Testamento é a Justiça, a misericórdia e a fidelidade e esses três aspectos estão presentes nessa prática.