Tratando-se de Jesus, precisa ter em mente que estamos diante de um personagem importante para muitas pessoas daquele tempo e ainda de hoje. Um personagem importante tem seus dados biográficos transmitidos de maneira mais frequente do que alguém que não é conhecido. As informações passam de pessoa a pessoa, de geração em geração, e são guardados primeiro na memória e finalmente, quando essa começa a se tornar fraca, nos textos escritos. Foi isso que aconteceu com Jesus. Mesmo nós não tivemos conscientemente presentes no nosso nascimento, mas esse evento foi contado pelos nosso parentes e hoje nós também podemos falar dele. Pode ser que Mateus e Lucas, os únicos que falam da infância de Cristo, tenham tido informações de Cristo, no caso só de Mateus, ou de alguma outra testemunha ocular. Eles escreveram cerca de 50 anos depois da morte de Cristo, mas a memória de toda a vida de Jesus era muito difundida entre os cristãos e não era difícil saber como tudo havia acontecido. Os outros dois evangelistas não falam da infância de Cristo por que a eles não interessava muito esse detalhe, mas focaram em transmitir a mensagem que Jesus passou, a Boa Nova.
É importante sempre lembrar que os Evangelhos não são mera biografia de Jesus. Podemos descobrir sobre a vida de Cristo nos Evangelhos, mas nunca podemos ler os Evangelhos unicamente como informações históricas. De fato eles são primeiro de tudo anúncio da Boa Nova, da Mensagem que Cristo traz para nós.