Absolutamente não, visto que a reencarnação não é algo contemplado pela tradição judeu-cristã. Para nós cristãos existe ressurreição, que não é a mesma coisa que reencarnação, como nos lembra Hebreus 9,27: E como é fato que os homens devem morrer uma só vez, depois do que vem um julgamento, do mesmo modo, Cristo foi oferecido uma vez por todas para tirar os pecados da multidão.
A respeito da relação entre os dois profetas, João Batista negou que fosse Elias quando os judeus lhe perguntaram (João 1,21). Por outro lado, Jesus disse que, se os discípulos o aceitassem, João era o Elias que viria (Mateus 11,14) e isso é confirmado em Mateus 17,10-13 (veja o real sentido aqui), numa conversa de Jesus com seus discípulos, que perguntam:
“Por que razão os escribas dizem que é preciso que Elias venha primeiro?” Respondeu-lhes Jesus: “certamente Elias terá de vir para restaurar tudo. Eu vos digo, porém, que Elias já veio, mas não o reconheceram.
Por trás dessas referências está uma profecia que se encontra em Malaquias 3,23:
Eis que vos enviarei Elias, o profeta, antes que chegue o Dia do Senhor, grande e terrível.
Notamos finalmente a passagem de Lucas 1,17, onde o anjo assim fala de João Batista ao seu pai Zacarias: “ele caminhará à sua frente, com o espírito e o poder de Elias”.
Fica evidente que João nega ser Elias. Mas, por outro lado, Jesus interpretou a profecia de Malaquias como significando que alguém semelhante a Elias viria para preparar o povo para a vinda do Messias e essa pessoa era João Batista.
Além disso, precisa ter presente que a esperança da volta de Elias não se dava porque houvesse uma esperança na sua reencarnação, mas por causa da tradição conservada no livro dos Reis, onde se conta como o profeta foi arrebatado para os céus, sem morrer.