No Novo Testamento, Samuel não aparece nos Evangelhos, mas somente duas vezes nos Atos dos Apóstolos e uma na Carta aos Hebreus.
Em Atos 3,24, Samuel é apresentado como o primeiro dos profetas, depois de Moisés, que anunciam a vinda de Jesus: “também os outros profetas, desde Samuel e todos os que a seguir falaram, prenunciaram estes dias”. Atos 13,20 também recorda Samuel do ponto de vista histórico, como aquele que faz a transição do período dos juízes para o período dos profetas: “Depois disto concedeu-lhes juízes, até o profeta Samuel”. A carta aos Hebreus, por sua vez, louva a fé de certos personagens do Antigo Testamento que “conquistaram reinos, exerceram a justiça, viram se realizar as promessas...”:
“Não teria tempo de falar com pormenores de Gedeão, Barac, Sansão, Jefté, Davi, Samuel e os profetas” (Hebreus 13,20).
Além dessas menções no Novo Testamento, Samuel é mencionado em Salmos 99,6:
Moisés e Aarão, dentre seus sacerdotes, e Samuel, dentre os que invocavam seu nome, invocavam a Iahweh e ele lhes respondia.
É mencionado também por Jeremias 15:1:
E Iahweh me disse: Ainda que Moisés e Samuel estivessem diante de mim, não teria piedade desse povo.
Samuel é uma figura muito importante do Antigo Testamento. Aparece em um momento histórico fundamental para a história de Israel, a passagem do governo dos juízes para o governo dos reis. Ele mesmo é considerado o último dos juízes, mas também o primeiro dos profetas, que unge os dois primeiros reis de Israel, Saul e Davi. Ele recorda o perigo da monarquia, a ameaça que o rei possa representar para a fé do povo em Deus, pois até então era o Senhor que governava e liderava diretamente o seu povo eleito, mas com o rei isso poderia mudar.
A sua história, com uma trama muito bonita, é contada no primeiro livro que leva o seu nome, 1Samuel.