Provavelmente você está falando de algumas cartas de Paulo. Sabemos que ele morreu em Roma, condenado à morte quando estava na prisão, e antes disso, foi preso ao menos outras duas vezes (Filipos – Atos 16,23; Éfeso – Efésios 3,1). Na verdade, a prisão que o levou a Roma havia começado em Jerusalém (Atos 21,33) e dali, como prisioneiro, foi levado para Cesareia (Atos 23,23), onde esteve durante 2 anos na prisão, e finalmente, de navio, prisioneiro, chegou em Roma (Atos 28,20).
Há algumas cartas que se encontram hoje na Bíblia que são ditas “da prisão” ou “do cativeiro”, pois se deduz que Paulo as escreveu durante o período em que passou preso. A prisão de Paulo, sobretudo aquela final, parece ter sido uma prisão de tipo “domiciliar” onde tinha um certo privilégio, podendo inclusive acompanhar as comunidades.
As cartas que teriam sido escritas das prisões são Efésios, Colossenses, Filêmon e Filipenses. Essa constatação deriva de informações contidas nessas próprias cartas, como podemos ver abaixo
Efésios: “Eu Paulo, o prisioneiro de Cristo por amor de vós, os gentios...” (3,1); “Exorto-vos, pois, eu, o prisioneiro no Senhor” (4,1); “embaixador em cadeias” (6,20).
Colossenses: “Saúdam-vos Aristarco, meu companheiro de prisão” (4,10); “Lembrai-vos das minhas prisões” (4,18).
Filêmon: “Paulo, prisioneiro de Cristo Jesus”.
Filipenses: “Minhas prisões se tornaram conhecidas em Cristo por todo o Pretório” (1,13).
Mesmo em prisão, como dissemos, Paulo tinha contato com os cristãos de onde se encontrava. As cartas que escrevia podia, portanto, chegar fisicamente aos destinatários. Por isso, podemos ter certeza que elas foram levadas por mensageiros aos cristãos a quem se dirigiam e não precisa pensar em um evento sobrenatural.