Isso mesmo: são dois josés diferentes. O primeiro é um dos filhos de Jacó, o seu preferido, que os irmãos vendem para uma caravana que termina no Egito, onde os hebreus mais tarde se tornarão escravos. Sua história ocupa vários capítulos do livro do Gênesis, a partir do capítulo 37. O outro José é o pai putativo de Jesus, no sentido que assume a paternidade do filho de Maria, concebido pelo Espírito Santo. Existe mais de mil anos de distância cronológica entre esses dois josés.
Como na vida nossa, também no tempo bíblico havia nomes comuns. Um deles era José. Na Bíblia existem 7 pessoas com esse nome (Yoseph), com 213 ocorrências desse nome.
Então não se assuste se encontra outro josé que não é o filho de Jacó. E, por coincidência, na história de José, pai putativo de Cristo, existe também um Jacó (Mateus 1,6-16). Desse Jacó não sabemos nada.
Note que Lucas também propõe uma genealogia de Jesus (Lucas 3,23-31), mas nesse caso o pai de José, esposo de Maria, é dito ser Eli. Isso faz com que os estudiosos duvidem dessas genealogias, que parece ter uma intenção teológica, de colocar em evidência a ligação do Messias com a história dos judeus e principalmente a sua descendência do rei Davi, aplicando a Jesus a profecia de Isaías que diz que o Messias e do tronco de Jessé (Isaías 11,1-2).