Olá Luis. Esta pergunta não trás dificuldades em encontrarmos uma resposta. A própria História do Brasil responde esta questão com riqueza de detalhes. O primeiro culto no Brasil foi celebrado com a chegada das expedições francesas, com a vinda dos huguenotes. Não cabe nesta resposta considerar as implicações políticas da época dos descobrimentos, que envolviam vários países da Europa. Na America Central chegavam os espanhóis como descobridores e colonizadores, no Brasil chegavam os Portugueses como descobridores e colonizadores. Surgiu outro contingente de navegadores que foram os Franceses, levava em consideração o abandono dos Portugueses pelas terras descobertas, fato este conhecido no relato da História do Brasil e a idéia que traziam em fundar no Novo Mundo a França Antártica. Outro país a Holanda trouxe os navegadores holandeses que se estabeleceram no Recife. Em resumo podemos dizer que os fatos assim aconteceram: Fundação da França Antártica: O desleixo dos Portugueses pela Nova Terra motivou o militar Nicolas Durand de Villegaignon a fundar uma colônia a "França Antártica"na baía de Guanabara. Com a ajuda do vice-almirante Gaspard de Coligny (morto no massacre do dia de São Bartolomeu (24-08-1572), um dos principais conselheiros do reino, que nutria forte simpatia pela Reforma, Villegaignon concretizou a iniciativa. O rei Henrique II (1547-1559) forneceu dois navios aparelhados para viagem e mantimentos. A expedição chegou à Guanabara no dia 10 de novembro de 1555, e instalou-se na pequena ilha de Serigipe, depois chamada de Villegaignon, e ali os franceses construído o "Forte Coligny". A vinda dos reformados Villegaignon escreveu à Igreja Reformada de Genebra solicitando o envio de pastores e colonos evangélicos que contribuíssem para a elevação do nível moral e espiritual da colônia. Assim aqui chegaram para acompanhar os colonos os pastores Pierre Richier (50 anos) e Guillaume Chartier (30 anos). Os seus objetivos específicos eram implantar a fé reformada entre os franceses e evangelizar os indígenas. Ainda vieram juntos os huguenotes Pierre Bourdon, Matthieu Verneil, Jean du Bourdel, André Lafon, Nicolas Denis, Jean Gardien, Martin David, Nicolas Raviquet, Nicolas Carmeau, Jacques Rousseau e o sapateiro Jean de Léry, o cronista da viagem, que escreveria a obra Viagem à Terra do Brasil (publicada em 1578). No dia 19 de novembro embarcaram para o Brasil no porto de Honfleur, na Normandia. A frota de três navios, comandada por Bois Le Conte, sobrinho de Villegaignon, levava cerca de 290 pessoas, inclusive algumas mulheres. No dia 7 de março de 1557chegaram ao Rio de Janeiro. O Primeiro Culto no Brasil Após o desembarque no forte Coligny o vice-almirante recebeu o grupo afetuosamente e demonstrou alegria porque vinham estabelecer uma Igreja Reformada. Em seguida em uma pequena sala no centro da ilha foi celebrado um culto de ação de graças. Este passou ser o primeiro culto protestante no Brasil e da América, o chamado Novo Mundo. Coube ao ministro Richier orar e invocar a Deus e o Salmo 5 entoado: "Dá ouvidos, Senhor, às minhas palavras". Esse hino constava do Saltério Huguenote, de melodia de Louis Bourgeois, A versão mais conhecida em português ("À minha voz, ó Deus, atende") tem música de Claude Goudimel (" 1572). O Pastor Richier pregou baseado no Salmo 27,4: "Uma coisa peço ao Senhor e a buscarei: que eu possa morar na casa do Senhor todos os dias da minha vida, para contemplar a beleza do Senhor e meditar no seu templo". Terminado o culto os huguenotes recém chegados tiveram uma refeição brasileira típica: farinha de mandioca, peixe moqueado e raízes assadas no borralho. Em 21 de março de 1557 foi celebrada a primeira Santa Ceia conforme o rito reformado. Mas infelizmente dia 04/02/1558, parte da Missão Calvinista retorna à Europa. Villegaignon no dia 09/02/1558 decide romper com Coligny e Du Bourdel, Verneuil e Bourdon são mortos, jogados dum penhasco, sendo preservada a vida de La Fon, enquanto le Balleur foi morto, anos mais tarde. Talvez, se os franceses não tivessem sido expulsos, a história da presença evangélica no Brasil seria outra, pois, só em 1859 é que ela retorna. Tivemos séculos sem nenhuma manifestação da fé cristã-reformada.