Um denário, no mundo romano, era quanto recebia um operário por um dia de trabalho. Tinha o mesmo valor da moeda grega dracma (ver Lucas 15,8-9; Atos 19,19).

Temos algumas passagens no Novo Testamento que falam do denário: Mateus 18,28 diz que o servo cativo exigiu o pagamento de 100 denários ao seu colega. Em Mateus 22,19 e Marcos 12,15 um denário era a moeda do tributo (ver também Lucas 20,24). Em Marcos 6,37 os discípulos dizem a Jesus que para saciar a multidão com pães serviriam 200 denários (também João 6,7). O óleo que Maria usou para ungir Jesus em Betânia valia 300 denários (Marcos 14,5; João 12,5). Na parábola de Lucas 7,41, Jesus conta que um devia 500 denários e outro 50. Na história do bom samaritano, o cuidado do doente custa 2 denários (Lucas 10,35). No Apocalipse uma medida de trigo custa 1 denário (6,6).

Talvez um dos textos mais interessantes é a parábola de Mateus 20,1-16, que transcrevemos aqui:
Porque o reino dos céus é semelhante a um homem, proprietário, que saiu de madrugada a contratar trabalhadores para a sua vinha. Ajustou com os trabalhadores o salário de um denário por dia, e mandou-os para a sua vinha. Cerca da hora terceira saiu, e viu que estavam outros, ociosos, na praça, e disse-lhes: Ide também vós para a vinha, e dar-vos-ei o que for justo. E eles foram. Outra vez saiu, cerca da hora sexta e da nona, e fez o mesmo. Igualmente, cerca da hora undécima, saiu e achou outros que lá estavam, e perguntou-lhes: Por que estais aqui ociosos o dia todo? Responderam-lhe eles: Porque ninguém nos contratou. Disse-lhes ele: Ide também vós para a vinha. Ao anoitecer, disse o senhor da vinha ao seu mordomo: Chama os trabalhadores, e paga-lhes o salário, começando pelos últimos até os primeiros. Chegando, pois, os que tinham ido cerca da hora undécima, receberam um denário cada um. Vindo, então, os primeiros, pensaram que haviam de receber mais; mas do mesmo modo receberam um denário cada um. E ao recebê-lo, murmuravam contra o proprietário, dizendo: estes últimos trabalharam somente uma hora, e os igualastes a nós, que suportamos a fadiga do dia inteiro e o forte calor. Mas ele, respondendo, disse a um deles: Amigo, não te faço injustiça; não ajustaste comigo um denário? Toma o que é teu, e vai-te; eu quero dar a este último tanto como a ti. Não me é lícito fazer o que quero do que é meu? Ou é mau o teu olho porque eu sou bom? Assim os últimos serão primeiros, e os primeiros serão últimos.

É difícil traduzir em valores modernos, pois não temos uma medida comum de pagamento do salário. Talvez deveríamos dividir o salário por 30 e o resultado seria um denário. Hoje o salário mínimo no Brasil é de 380. Se tomamos esse valor como parâmetro, um denário seria cerca de 13 reais.