Na Bíblia, Maria, de maneira saliente, é considerada Mãe de Jesus. O Novo Testamento indica também como essa maternidade interessa aos discípulos de Jesus - que somos também nós.

Nos 3 primeiros evangelhos, nos sinóticos, aparece 11 ocorrências dessa designação. Em João temos 8!  Está presente também na primeira comunidade (Atos dos Apóstolos 2,1) e muitos a veem na luta no fim dos tempos (Apocalipse 12). Isso mostra objetivamente como Maria era considerada importante na igreja nascente.

 

O conceito de "santo/a", que designa uma pessoa "canonizada" pela igreja católica não existia na época em que a Bíblia foi escrita, mas tem raízes profuncas na tradição. A Bíblia podia dizer que uma pessoa era justa, como no caso de Noé, mas não elevava as pessoas a categorias pré-definidas, como pode ser o Santo na igreja católica. Não fazia isso com ninguém, nem com o próprio Cristo. Portanto você não encontrará "Santa Maria" na Bíblia. Da mesma forma não encontra "São Pedro" ou "São Paulo"... Esses títulos aparecem mais tarde, durante a história da Igreja.

 

A santidade de Maria e o seu papel na espiritualidade do cristão de hoje é algo muito difícil de ser tratado, tendo diante de si um público como esse do nosso site. Corremos o risco de criar divisão, invés de crescimento na fé. Quando cada um está no seu próprio grupo não há problemas: os católicos a defendem e os protestantes a condenam. Para os católicos o seu papel é muito importante, porque conduz o discípulo até Jesus, que é o centro. Os irmãos protestantes sublinham, invés, como essa devoção possa ofuscar o papel fundamental de Cristo como mediador.

Pessoalmente diria para os católicos que é importante escutar os protestantes para que sejam evitadas formas fundamentalistas e pouco teológicas de culto à Mãe de Jesus e convidaria os protestantes a escutar, sem prejuízo, a teologia que está por trás da prática católica do culto a Nossa Senhora.