Conforme podemos ler em Neemias 1,11, ele era copeiro do Rei. Assim diz o texto: Ah! Senhor, estejam, pois, atentos os teus ouvidos à oração do teu servo, e à oração dos teus servos que desejam temer o teu nome; e faze prosperar hoje o teu servo, e dá-lhe graça perante este homem. Então era eu copeiro do rei.
Neemias viveu durante o período em que Judá era uma província do Império Persa, e havia sido designado copeiro real no palácio de Shushan; o rei, Artaxerxes I (Artaxerxes Longimanus), parece ter tido um bom relacionamento com seu funcionário, como evidencia a longa licença que lhe foi concedida durante a restauração de Jerusalém.
Através de seu irmão Hanani (Ne, 1,2; 2,3), Neemias ouviu sobre a condição lamentável de Jerusalém, e encheu-se de tristeza; por muitos dias ficou em jejum, em luto, orando pelo local do sepulcro de seus pais. Finalmente, o rei percebeu a tristeza em sua expressão, e perguntou-lhe o seu motivo; Neemias explicou-o ao rei, que lhe concedeu permissão de ir à cidade e agir lá como um tirshatha, ou governador, da Judeia.
Neemias chegou a Jerusalém no 20.º ano do reinado de Artaxerxes I (445/444 a.C.) com um forte séquito que lhe fora fornecido pelo próprio rei, e com cartas para todos os paxás das províncias pelas quais passaria, assim como para Asaf, o mantenedor das florestas reais, ordenando-os a ajudá-lo.
Há hipóteses que defendem que Neemias teria sido um eunuco. Ele certamente parece ter sido visto como tal nos textos posteriores do judaísmo. Essa tese se apoia na tradução grega do livro de Neemias - a Septuaginta - que o descreve como um eunochos ("eunuco"), e não como um oinochoos ("copeiro"). Mas o texto original era hebraico e nele essa hipótese não tem fundamento.