Abraão, no início da narração de sua vida, na Bíblia, era chamado simplesmente "Abrão" (em hebraico Abram), que significa “Grande Pai”. Era um nome irônico, pois ele não tinha filhos. A partir de Gênesis 17 o seu nome se transforma em Abraão (em hebraico Avraham), que significa "pai de muitos". Isso aconteceu porque lhe foi prometida, por Deus, uma grande descendência.
Como já tive oportunidade de dizer aqui no site, considerando a Bíblia em detalhe, descobrimos que existem diferentes aspectos inerentes ao ato de escolher um nome para uma pessoa. Por exemplo, esse nome pode ser dado em base a um determinado estado, como é o caso de Eva, com o seu nome original dado por Adão. Em prática, em português feio, poderíamos dizer que o homem se chamava “Macho” (ish) e a mulher, segundo Adão, deveria chamar-se “Macha” (isha), pois era seu complemento. Além desse exemplo, o nome podia ser dado por causa de uma determinada motivação, de um acontecimento, de uma cirscuntância, de uma mudança (Isha (“Macha”) se torna Eva (Mãe de todos os viventes)), de uma missão (profetas, Pedro), etc.
Concluindo, o novo nome, na bíblia é uma metáfora da missão a qual o personagem é chamado: Abrão, homem sem filhos, ironicamente chamado de "grande pai", se torna Abraão, o pai efetivo de uma multidão, do povo de Israel!