Nesta quarta-feira (28), logo que anoitecer, será Ano Novo para 13,4 milhões de pessoas no mundo. É o ano 5.772 no calendário dos judeus. A data é chamada de Rosh Hashaná. A celebração não é a festa popular que os países do Ocidente costumam ver no último dia de dezembro. O Ano Novo judaico é comemorado nas sinagogas e nas casas das famílias.
O vice presidente executivo da Fisesp (Federação Israelita do Estado de São Paulo), Ricardo Berkiensztat, considera que a data é um momento de alegria e também de reflexão. "Analisamos o ano que passou para avaliar como melhorar o que está começando", explica.
Para os judeus, também esse período marca o tempo em que Deus define o futuro das pessoas para o próximo ano. Na tradição milenar hebraica, nessa época do ano Deus escreve ou não em seu "livro da vida" o nome das pessoas para o próximo do ano. O Yom Kipur (7 de outubro) é o ápice disso, quando Deus faz o julgamento .
Os dez dias entre o Rosh Hashaná e o Yom Kipur, chamado de Dia do Perdão, são conhecidos por Iamim Noraim (dias temíveis). Nesse período, deve-se continuar o balanço dos atos passados, iniciado em Rosh Hashaná, e comprometer-se com o arrependimento. As orações incluem o toque do shofar, feito com chifre de carneiro. Segundo a tradição judaica, o shofar será tocado na chegada do Messias, que trará com ele a paz e a redenção universal.
A Fisesp estima que 60 mil judeus vivem no estado de São Paulo. Apesar de alguns movimentos racistas no Brasil, que perseguem minorias como judeus, negros, gays e nordestinos, Ricardo considera que a comunidade judaica já é totalmente integrada. "Somos um país harmônico e a comunidade judaica colabora com toda a sociedade, seja qual for sua etnia ou religião", afirma. A imigração judaica no Brasil ocorreu principalmente do início do século 19 até a primeira metade do século 20.