Joana, essa norma não está escrita na Bíblia! E o mesmo vale para tantas outras recomendações comuns sobretudo entre algumas igrejas pentecostais: usar calça comprida, cabelo curto, etc. É uma indicação dada por algumas congregações para os seus fiéis, mas não tem fundamentação bíblica.
Quando existe um grupo, seja ele eclesial ou social, é normal que existam leis que legislam o modo de comportar-se dos seus integrantes. Não é normal ver os soldados com o uniforme? E alguns padres com o clergyman? Há congregações católicas de religiosos que usam sempre o hábido, que não podem fumar nem beber. Invés outras não tem esses preceitos. Tudo isso pode ter à base um motivo lícito e, se você quer fazer parte desse grupo, tem que seguir tal determinação. Se, invés, crê que as razões que motivam tal costume não sejam congruentes, que não condiz com seu modo de ser é provável que não exista afinidade entre tal grupo e você, e, por isso, não é o caso que você seja um integrante dele.
Contudo nós aqui estamos falando de grupos eclesiais e, muitas vezes, os argumentos para defender certas práticas são buscados na Bíblia. Contudo digo com honestidade que não podemos, por exemplo, nos apoiar na Bíblia pra obrigar a uma mulher a usar somente saia, invés de calça comprida ou proibi-la de pintar as unhas. A Bíblia, escrita num tempo histórico, não lidou com tais questões, pois esses costumes não existiam naquele tempo. Como podia, então, legislar sobre isso?
Todavia não deixamos de lembrar as recomendações bíblicas, sintetizadas nas páginas de 1Timóteo, que valem para tudo o que fazemos: “Quanto às mulheres, que elas tenham roupas decentes, se enfeitem com pudor e modéstia; nem tranças, nem objetos de ouro, pérolas ou vestuário suntuoso; mas que se ornem, ao contrário, com boas obras, como convém a mulheres que se professam piedosas.” (1Timóteo 2,9-10). Como já disse em outra ocasião, esse texto é muito belo. A sua mensagem, em resumo, é que a mulher não vale pela aparência, mas pelas boas obras. Com certeza o mesmo princípio vale também para os homens e se Paulo escrevesse hoje os incluiria. O que distingue o cristão, homem ou mulher, é o comportamento caracterizado pelas boas obras.