Moisés viveu há 2 mil anos antes de Jesus. Algumas enciclopédias dizem que foi nesse período que nasceram, naquela região, as escolas. Todavia o seu objetivo era preparar os jovens para a administração pública e devia ser previlégio de poucos. É claro que Moisés, como conta a história do seu nascimento, embora filho de escravos judeus, cresceu na casa do faraó, depois que a filha do Faraó o encontrou no rio (veja Êxodo 2,10). Por isso é muito provável que tenha tido uma formação previlegiada, mas podemos ter certeza que não frequentou uma escola, como a concebemos hoje. E se tivesse sido um arquiteto, coisa que a Bíblia não confirma, não fez nenhum curso específico para isso, mas simplesmente teria aprendido com a prática.

No antigo Egito a escola que formava os escribas devia ser aquela mais importante. Os sistemas de escritura eram muito mais complicados do que hoje e eram necessárias pessoas muito espertas. Mas isso vale para todo o Oriente Antigo e não só para o Egito. Pode ser que Moisés tenha frequentado uma dessas escolas, mas não temos certeza.

 

Em Israel, no início, a educação dependia completamente dos pais. Há exemplos bibliográficos que deixam transparecer que possa ter existido escolas ligadas aos templos. Samuel, por exemplo, é deixado pela mãe no templo. Existiam também as escolas proféticas, formadas por discípulos que se reuniam a profetas famosos, como Elias e Eliseu (veja 2Reis 2,1.3.5.15; 4,38). A existência de discípulos é evidente em Isaías 8,16. Esses grupos foram os responsáveis em trasmitir os ditos proféticos, colocando-os, em muitos casos, em forma poética.

 

A prática didática consistia sobretudo em repetir e aprender de cor regras de comportamento e, em casos religiosos, leis da religião.

 

No tempo de Cristo, sabemos da existência de algumas tentativas de instituir o estudo como uma obrigação para as crianças (proposta do escriba fariseu Simão Ben Shetach, em 75 antes de Cristo). Devagarinho as sinagogas se transformaram em verdadeiras escolas. Nelas era ensinada a Lei, a Torah. Outras matérias de estudo entravam no programa somente se tinham relação direta com a observância da Lei, das palavras da Bíblia. Os rótulos da Lei ficavam à disposição de todos, não só para as funções de culto da Sinagoga, mas também para que as pessoas pudessem se preparar para um estudo ulterior, principalmente para preparar-se para a leitura e a explicação do texto (veja Atos dos Apóstolos 17,11). As escolas daquela época se refletem ainda hoje nas academias ortodoxas que estudam o Talmud (Yeshivot).

 

Jesus viveu nesse contexto e frenquentava esses locais onde se aprendia as Sagradas Escrituras. Ele mesmo é chamado de Rabi, aginhdo como um mestre judeu. Reuniu a sua volta um grupo de discípulos, que tinham a tarefa de aprender os seus ditos e praticar os seus ensinamentos.

 

Também Paulo foi um mestre, tendo ele mesmo frequentado a escola do mestre Gamaliel. E é exatamente ligado a este personagem a única vez que aparece a palavra escola aparece na Bíblia. A citação se enocntra em Atos dos Apóstolos 19,9, quando diz que Paulo deu aulas em Corinto, na escola de Tirano. A referência aqui é à filosofia. Pode ser que Paulo agisse como um filósofo popular e tenha aproveitado para nessa oportunidade passar a sua evangelização.